sexta-feira, 28 de maio de 2010

O segredo da longevidade dos japoneses - video

 Reportagem do Globo Reporter 5 de dezembro de 2009
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Yakusa - A máfia Japonesa


Yakuza (em japonês: ヤクザ ou やくざ), também conhecidos como gokudō (極道) são os membros das tradicionais organizações de crime organizado existentes no Japão. A polícia japonesa os chama de bōryokudan (暴力団, literalmente "grupo de violência"), enquanto os próprio yakuza se chamam de "ninkyō dantai" (任侠団体 ou 仁侠団体, "organizações cavalheirescas").
Os Yakuza surgiram como associações criminosas e obedeciam a regras rígidas específicas. Com o tempo, passaram a influenciar diversos segmentos da sociedade e política japonesa. Foi no início do século XVII que nasceram, nos grandes centros urbanos de Osaka e Edo (atual Tóquio), sob a égide dos chefes de quadrilhas. Os Yakuza agrupam diversas categorias: primeiro foram os jogadores profissionais e os ambulantes. A esses uniram-se os samurais que, a partir de 1603, com o fim das guerras feudais e o reinado da "Paz Tokugawa" por 250 anos, viram-se sem mestres, ameaçados de banimento.
Na hierarquia social Yakuza, abaixo dos samurais, dos artesãos e dos comerciantes vêm os hinin (não-humanos) e os eta (maculados). Os "hinin" são carcereiros, carrascos e pessoas ligadas à espetáculos. Os "eta" estão vinculadas à profissão de abate de animais (no xintoísmo e no budismo consiste mácula todo trabalho ligado à morte e ao sangue).
Os Yakuza criaram um estatuto e um código baseado nas relações de fidelidade entre o padrinho (oyabun) e seu protegido (kobun): a cerimônia de consagração consiste na troca do copo de saquê e representa a entrada no clã e os laços de sangue.

Sociedade

A Yakuza era uma sociedade exclusivamente masculina. Eles acreditavam que as mulheres foram feitas para serem mães e para cuidarem de seus maridos, não devendo se meter nos negócios dos homens. Um outro motivo pelo qual as mulheres não eram aceitas na yakuza é que não se deve falar sobre o grupo a ninguém de fora, e eles acreditavam que as mulheres não seriam fortes o suficiente para se manterem caladas caso fossem interrogadas pela polícia ou por algum inimigo. Isso ocorria até a década de 1990, atualmente já existem mulheres que atuam na Yakuza e ocupam alto escalão no grupo, mas para entrarem no grupo, dependendo de qual função, elas devem passar por diversos testes. Nos dias atuais recrutam também jovens e estudantes, para infiltração na chamada "dominação da área" . pois eles não usam tatuagens, mas são obrigadas a aprender artes marciais e a manejar armas, como espada, nunchaku, e armas de fogo, entre centenas de outras.
A esposa do líder. Quando o chefe morre e não há ninguém que possa substituí-lo imediatamente, é a esposa quem assume temporariamente o comando do grupo.

Família

Os clãs são organizados à semelhança de uma família, possuindo talvez a mais rígida das hierarquias do mundo dos crimes. O oyabun (pai) é o chefe, wakashu são seus filhos e kyodai são seus irmãos. Todos devem total obediência e lealdade ao oyabun, e em troca ele oferece proteção a todos de seu clã. Os membros não devem temer a morte pelo oyabun, e devem concordar com tudo o que ele diz.
Há dois tipos de yakuza: aqueles que pertencem a um clã e os autônomos. Por não pertencerem a clã algum, os autônomos têm dificuldades para agir, pois os grupos não permitem que eles atuem em seus territórios. Os clãs costumam usá-los como bode espiatório ou pagá-los para realizar um serviço sujo no qual não queiram envolver o seu clã. Se o autônomo for ambicioso e capacitado, pode começar um grupo do zero, mas geralmente, quando não é assassinado, torna-se membro de algum clã jbá existente.

Principais famílias

Nome Descrição Símbolo
Yamaguchi-gumi a Familia Untem (六代目山口組) Criada em 1915 é a maior família da Yakuza, tem mais de 40 mil membros e é dividida em 750 clãs. Seu Oyabun (líder) é o Kenichi Shinoda. Yamabishi.svg
Sumiyoshi-rengo (住吉会, as vezes chamado de Sumiyoshi-kai (住吉会) É a segunda maior família da Yakuza, com mais de dez mil membros divididos em 177 clãs. Seu Oyabun atual é o Shigeo Nishiguchi , Osomuya Tanaka. É inimiga de morte da Yamaguchi-gumi Sumiyoshi-kai.svg
Inagawa-kaï e famila Seiju(稲川会) É a terceira maior família da Yakuza, tem mais de 7 mil membros e é dividida em 177 clãs. Seu Oyabun atual é o Kakuji Inagawa. Foi a primeira Yakuza a operar fora e dentro do Japão Inagawa-kai.svg
Towa Yuai Jigyo Kumiai (東亜友愛事業組合), as vezes chamada de Towa-kai (東亜会) É a quarta maior família da Yakuza, tem mais de mil membros e é dividida em 6 clãs. Seu Oyabun atual é o Satoru Nomura. Foi a primeira Yakuza japonesa a ser criada na Korea. Toua Yuai Jigyo Kumiai.svg

Obrigações

Entre as obrigações dos membros estão:
  • Não esconder dinheiro da gangue;
  • Não se envolver pessoalmente com narcóticos;
  • Não procurar a lei ou a polícia;
  • Não violar a mulher de outro membro;
  • Não desobedecer às ordens de um superior;
  • Não deixar rastros após o crime.
  • Não matar ninguém da gangue sem a permição de um superior

Liderança

O chefe dos filhos chama-se wakagashira, e dos irmãos shateigashira. O wakagashira é o segundo em autoridade, vindo logo após o oyabun e servindo também como um intermediário para supervisionar se as ordens estão sendo cumpridas. O shateigashira é o terceiro em autoridade.
Cada filho pode formar sua própria gangue e assim por diante, resultando em diversas subfamílias. Cada um obedece o líder de sua gangue, mas é sempre o oyabun que dá a palavra final.
Uma família típica tem de 20 a 200 membros, o que pode assegurar ao clã todo um número bem superior a 1000 homens. As familias em que possuem membros yakuza são geralmente de raiz com nome Shibatsu, Yakasa, Shiatsuta, Tashiro, Tonaco, Shematse, Tokesho entre outras diversas com membros na cultura japonesa.
Quando um indivíduo entra na sociedade dos yakuza, muitos clãs não permitem que ele saia do seu grupo, duvidando de que possa vazar alguma informação.

fonte: Wikipedia

Gueixas


O mundo das gueixas é um dos mais comentados e curiosamente, um dos menos conhecidos do mundo. Por toda parte já se ouviu falar sobre o assunto. Mas ninguém sabe exatamente o que fazem essas mulheres. Lindas e anônimas, com rosto coberto pela espessa maquiagem branca, elas estão entre os símbolos mais marcantes do Japão. De reputação duvidosa, muitos ainda teimam em classificá-las como garotas de programa. Enigmáticas, são donas de um estilo de vida que já inspirou livros.  Toda a fama desse universo se deve exatamente ao fato das gueixas serem inacessíveis para a maioria dos mortais. É um universo tão exclusivo que a maior parte dos japoneses nunca teve nem terá a oportunidade de conferir de perto. O privilégio é exclusivo de ricos empresários, políticos poderosos e renomados artistas. E só. Ninguém mais entra nesse restrito clube. Nem mesmo o dinheiro pode comprar o acesso. Se não a apresentação de alguém que já faça parte deste mundo, é impossível chegar até ele. Depois de vários meses de contatos, Made in Japan conseguiu permissão para entrevistar essas divindades do Japão. E, pela primeira vez na imprensa brasileira, desvenda o que acontece dentro das exclusivas casas de chá japonesas.
0208_gueixas_leque02.jpgUma noite pode sair por até 5 mil dólaresO universo das gueixas, mulheres-artistas que se dedicam a agradar aos homens por meio da dança, da música e da pura adulação é um território a parte do Japão. É um mundo de sonhos, permeado de romance, luxo e exclusividade. Para conhecer seus mistérios, poucos são os selecionados. Para manter o fascínio da arte, raras são as escolhidas.
Ser gueixa não é uma simples opção. Para se tornar mestras de entretenimento masculino, as maikos (aprendizes) precisam muito mais do que dotes artísticos e um rosto sem espinhas. Afinal, elas são treinadas para amansar os egos dos homens mais poderosos do Japão, sejam eles políticos graduados, abastados empresários ou temidos yakuzas (mafiosos). Todos milionários que não se importam em torrar fortunas, para serem inebriados sem suas próprias fantasias. Por outro lado, dinheiro não é passaporte garantido para o aparentemente inacessível universo das gueixas. O que significa que uma conta bancária polpuda não basta para ser bem-vindo nas luxuosas casas de chá em que as gueixas entretêm seus clientes em Kyoto, Tokyo e e outras poucas cidades japonesas. A chave de entrada é ser amigo de alguém com trânsito livre nessa sociedade privada. “E um universo de apresentações”, explica Michiyo Oishi, dona da casa de chá Hori Yae, em Miyagawacho, um dos cinco distritos de gueixas de Kyoto – onde a tradição surgiu no século XVII. “Até um estrangeiro pode entrar, desde que seja apresentado por um de nossos clientes”.
Para chegar ao estágio de geiko (gueixa), as aprendizes acumulam anos preparação. São adolescentes que trocam a rotineira vida de família e escola para viver a paixão pela arte. “Quando tinha 15 anos, vi numa revista feminina uma reportagem sobre Kyoto, fiquei encantada com as gueixas e decidi que aquela seria a minha vida”, revela a maiko Fukuyuki, hoje com 18 anos e há três anos morando em Miyagawacho.
A vida de maikos com Fukuyuki está longe de ser rotineira, mas não deixa de ser espartana. Como já acompanham as gueixas nas festas de casas de chá (ocha-ya), têm a oportunidade, ainda muito jovens, de conhecer alguns dos homens mais influentes da política, das artes e dos negócios do Japão e do mundo. Para não decepcionar os anfitriões, aprendem desde cedo a dominar não só as peculiaridades do serviço a que se propõem, mas as próprias emoções. “É uma profissão atraente porque aqui fico ombro a ombro com pessoas importantíssimas”, exulta-se a maiko.
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A noite embadalada pelo hipnotizante balé as conversas bem-humoradas para entreter os clientes
O serviço proporcionado pelas gueixas, ainda que perfeito, é muito simples se equiparado à pompa e ao mistério que envolve sua rotina. Elas são encarregadas de servir as bebidas e descontrair os clientes durante as festa. Encaminham as conversas para tema amenos, contando piadas e fazendo os homens se sentirem donos de um reino cujos limites são o tatami e as paredes. Carismáticas e sedutoras, elas sabem com trazer os clientes para seu mundo de fantasia. E um dos segredos é nunca contrariá-los.
Questões “fúteis” como dinheiro, por exemplo, jamais são abordadas durante as estadas no ocha-ya. Assim, um cliente jamais avistará uma conta em mesa após qualquer festa. A fatura lhe será enviada pelo corrreio uma semana seguinte. Um truque que faz os homens apagarem da memória qualquer tipo de preocupação enquanto apreciam o show das geikos – mesmo que soe estranho alguém com cacife para bancar uma festa de gueixas se enquadra no rol das pessoas com “problemas”, pelo menos financeiro. Dependendo do número de gueixas em uma festa (a média é uma para cada dois clientes) e do montante de uísque e saquê consumidos, o banquete no ocha-ya custa entre 2 mil e 5 mil doláres por cabeça. O valor é pago por um determinado anfitrião, que pode ser um ator de kabuki agradando amigos ou empresários bajulando pessoas que lhe interessem nos negócios.
Até tarefas simples, como servir saquê, são executadas pelas gueixas com movimentos encantadores. Atitudes derivadas de um exaustivo treinamento que inclui também o aprendizado das regras de etiqueta da cerimômia do chá, o requintado ritual japonês para se tornar chá verde. A música é outra especialidade das moças, que sabem tocar pelo menos um ou dois instrumentos característicos da música de gueixas, chamada de kouta.
Muitas se arriscam ainda a cantar. Para conseguir atuar em tantas artes diferentes, contam coma experiência de mestres como Inoue Yachiyo, 92 anos, que ainda ensina dança para as gueixas em Kyoto e é considerada Tesouro Nacional do Japão – principal comenda do governo para homenagear as pessoas de destaque no país.
Com tantos atrativos, são comuns casos de homens que extrapolam os limites na ocha-yas. Mas nem quando eles se sentem poderosos a ponto de achar que podem se engraçar mais intimamente com as gueixas, elas ousam ser rudes. Hábeis, impõem seus limites sem ser desagradáveis. E, ao menor sinal de saia justa, não hesitam em exibir atributos extras, dançando trechos de um balé fantástico e compenetrado. A recompensa vem quando elas sentem os clientes hipnotizados pelos movimentos delicados, mas regidos por um intimidador olhar vazio, como se tudo mais fosse apenas peça decorativa no ritmo inebriante de seu espetáculo.
Algumas casa de chá, como a Hori Yae, em Kyoto, mantém suas próprias gueixas. Outras solicitam os serviços das geikos de um oki-ya. É para lugares com esse que adolescentes se dirigem quando decidem trocar os lares para realizar um sonho de se tornar gueixas. O processo de admissão de novas garotas funcionam por apresentação. Semanalmente, Michiyo Oishi, dona da ocha-ya Hori Yae, em Kyoto, recebe currículos de candidatas indicadas por amigos e clientes. Elas são avaliadas, principalmente, pela beleza, e charme. “Tem de ser bonita e não pode ser gorda”, revela Oishi.
Caso seja aceita na comunidade gueixa, a aprendiz (chamada de maiko) terá de “trocar de família’. A okasan (dona da casa de gueixa) será sua nova mãe e as outras gueixas sua irmãs. Uma geiko será sua irmã de modo especial. Chamada de “irmã mais velha”, ela é a principal responsável pela formação da nova gueixa, num processo baseado na observação. O ensinamento não é gratuito. A maiko passará a acompanhar a irmã mais velha diariamente, funcionando como sua auxiliar no dia-a-dia. Fase que dura cerca de um ano, o último antes de ela se tornar gueixa. Antes de ser entregue a tutela da irmã mais velha, porém, a aprendiz passa de 3 a 5 anos recebendo lições de “etiqueta gueixa” de sua okasan. Mas a “mamãe” não é boazinha 24 horas por dia. As maikos são treinadas com rigidez e recebem uma boa carga de afazeres domésticos dentro do oki-ya. Já houve o caso de uma iniciante que abandonou o aprendizado e processou o oki-ya por exploração no trabalho. “É um mundo ultra-rigoroso”, admite a geiko Kimisome.
Em nome da profissão, as gueixas abdicam até de seus nomes. Quando passam a integrar oficialmente o oki-ya, elas ganham apelidos. O sobrenome? Gueixa, que em japonês significa pessoa que vive da arte. Namorados entram na lista de concessões feitas pelo oki-ya à gueixa. Ou seja, ela tem o direito de namorar, mas desde que isso seja feito em suas poucas horas de folgas. O “eleito” também não pode pode ser estar incluído em sua lista de clientes e é proibido de pisar no oki-ya, onde a gueixa também jamais poderá atender a um telefonema sequer seu. Casar com o heróico pretendente também está fora de cogitação, sob pena de a gueixa Ter de enterrar definitivamente sua carreira.
Gueixas não podem se casar, mas podem ter filhos, que serão muito bem recebidos e criados dentro da comunidade. Se o bebê de uma gueixa for do sexo feminino, ótimo, é candidata em potencial a ser uma geiko no futuro. Caso seja homem, estará fadado a ser um papel secundário dentro do oki-ya, com motorista, por exemplo. Afinal, estamos falando de uma família na qual as mulheres dão as cartas.

fonte: http://madeinjapan.uol.com.br/2006/02/09/gueixas-2/

Dragão Chinês


Dragão (long em chinês, yong ou ryong em coreano, e ryu em japonês) segundo a mitologia chinesa, foi um dos quatro animais sagrados convocados por Pan Ku (o deus criador) para participarem na criação do mundo. É enormemente diferente do ocidental, sendo um misto de vários animais místicos: Olhos de tigre, corpo de serpente, patas de águia, chifres de veado, orelhas de boi, bigodes de carpa e etc. Representa a energia do fogo, que destrói mas permite o nascimento do novo. (a transformação). Simboliza a sabedoria e o Império.
É representado de várias formas, a mais comum é o dragão de 4 patas, cada uma com 4 dedos para frente e 1 para trás, o dragão imperial, ou carregando uma pérola numa das patas chamada de Yoku (元氣) pela antiga lenda chinesa - "dragão das águas marinhas".
A Imagem de um dragão azul preside o leste, o oriente.
O dragão chinês é uma criatura mitológica chinesa que aparece também em outras culturas orientais, e também conhecidos às vezes de dragão oriental. Descrito como longo, uma criatura semelhante a uma serpente de quatro garras, ao contrário do dragão ocidental que é quadrúpede e representado geralmente como mau, o dragão chinês tem sido por muito tempo um símbolo poderoso do poder auspicioso no folclore e na arte chineses. Os dragões chineses controlam a água nas nações de agricultura irrigada. Este é o contraste com o dragão ocidental, que podem cuspir fogo para mostrar o seu poder mítico. O dragão também é a junção do conceito de yang (masculino) e associado com o tempo para trazer chuva e de água em geral. Seu correlativo feminino é Fenghuang.
O dragão às vezes é usado no ocidente como um emblema nacional de China. Entretanto, este uso dentro da República Popular da China e da República da China em Taiwan é raro.
A princípio, o dragão era historicamente o símbolo do imperador da China. Começando com a Dinastia Yuan, os cidadãos comuns foram proibidos de se associar com o símbolo. O dragão ressurgiu durante a Dinastia Qing e apareceu em bandeiras nacionais.
Em seguida, o dragão tem uma conotação agressiva, militar que o governo chinês deseja evitar. É por estas razões que o panda gigante é de longe mais usado com mais freqüência dentro de China como um emblema nacional do que o dragão. Em Hong Kong, entretanto, o dragão é uma marca desta cidade, um símbolo usado para promove-la internacionalmente.
Muitos chineses frequentemente usam o termo "descendentes do dragão" (龍的傳人) como um símbolo de identidade étnica. Embora esta tendência tenha começado somente quando diferentes nacionalidades asiáticas procuravam símbolos animais para reapresentações na década de 70. O lobo foi usado entre os mongóis, o macaco entre os tibetanos.
Na cultura chinesa atualmente, é mais usado para fins decorativos. É um tabu deformar uma representação de um dragão; por exemplo, uma campanha da propaganda da Nike, que caracterizou o jogador de basquetebol americano LeBron James que matava um dragão (além de bater num mestre velho de KungFu), foi imediatamente censurada pelo governo chinês após o protesto público sobre o desrespeito.
Um número de provérbios e de dialetos chineses também caracteriza referências ao dragão, por exemplo: "Esperando o único filho virar dragão" (望子成龍, também é tão bem sucedido e poderoso quanto um dragão).
Uma antiga forma de escrita tem a forma de símbolo caracterizada pelo "dragão" que agora é escrito 龍 ou 龙 e pronunciado de forma longa no mandarim.
A origem do dragão chinês não é precisa, mas muitos estudiosos concordam que se originou dos totens de diferentes tribos na China. Alguns sugeriram que vêm de uma representação de uma junção de animais existentes, tais como serpentes, de peixes, ou de crocodilos. Por exemplo, o local de Banpo da cultura de Yangshao em Shaanxi representou uma alongada serpente marinha. Os arqueólogos acreditam que "peixes longos" teriam evoluído em imagens do dragão chinês.
A associação com peixes é refletida na lenda de uma carpa que viu o topo de uma montanha e decidido ir alcançá-la. Nadou rio acima, escalando correntezas e cachoeiras e não as deixando atrapalharem seu caminho. Quando alcançou o topo, lá havia a mítica "porta do dragão" e a saltando se transformou em dragão. Acredita-se que diversas cachoeiras e cataratas na China poderiam ser a localização da porta do dragão. Esta lenda é usada como uma representação simbólica para o esforço necessário para superar obstáculos e conseguir o sucesso.
Uma vista alternativa, defendida por He Xin, é que antes o dragão representou uma espécie de crocodilo. Especificamente, Crocodylus porosus, um antigo e gigante crocodilo. O crocodilo é conhecido por poder perceber com precisão mudanças na pressão de ar, e poder prever a vinda da chuva. Esta pode ter sido a origem dos atributos mitológicos do dragão em controlar o tempo, especial a chuva. Além disso, há uma evidência da adoração do crocodilo em antigas civilizações como babilônicas, indianas, e maias.
A associação com o crocodilo também é amparada pela visão em tempos antigos de que os grandes crocodilos eram uma variedade de dragão. Por exemplo, na história de Zhou Chu, sobre a vida de um guerreiro da Dinastia Jin, dizem que matou um "dragão" que infestou as águas de sua vila, que parece ter sido um crocodilo.
Outros propuseram que sua forma é a fusão de totens de várias tribos como o resultado da fusão delas. A forma em espiral da serpente ou do dragão jogou um papel importante na cultura chinesa antiga. As figuras lendárias como Nüwa (女媧), Fuxi (伏羲) são descritas como tendo corpos de serpente.
Alguns estudiosos relatam que o primeiro imperador lendário da China, Huang Di (黃帝, imperador amarelo), usou uma serpente para revestir seus braços. Cada vez que conquistava uma outra tribo, incorporava o emblema do seu inimigo derrotado no seu braço. Isso explica porque o dragão parece ter características de vários animais.
Os dragões chineses são fortemente associados com água na opinião popular. Acreditam serem regentes das águas, tais como cachoeiras, rios, ou mares. Podem aparecer enquanto a água jorra (tornado ou furação d'água). Esta habilidade como regente da água e do tempo, o dragão é mais semelhante ao homem na forma, descrito frequentemente como humanóide, vestido em traje de rei, mas com uma cabeça do dragão que usa ornato da realeza na cabeça.
Há quatro principais reis dragões, representando cada um dos quatro mares: o mar do leste (que correspondem ao mar de China do leste), o mar sul (que correspondem ao mar de China sul), o mar ocidental (visto às vezes como o Oceano Índico e além), e o mar norte (visto às vezes como o lago Baikal).
Por causa desta associação, são vistos como "em cargo" de fenômeno aquáticos relacionas ao tempo. Em épocas remotas, muitas vilas chinesas (especialmente aquelas perto dos rios e dos mares) tiveram os templos dedicados a seu "rei dragão" local. Nas épocas de seca ou de enchentes, era comum que o nobres e oficiais locais do governo conduzissem à comunidade oferecendo em sacrifícios e em conduzissem outros ritos religiosos satisfazendo o dragão, para pedir chuva ou uma cessação dela.
O rei de Wu-Yue em cinco dinastias e dez reinos no período foi frequentemente conhecido como "rei dragão" ou do "o rei do dragão dos mares" por causa de suas obras hidráulicas que "domesticaram" os mares.
No fim de seu reino, o primeiro imperador, Qin Shi Huang diz-se que se imortalizou em um dragão que se assemelhava a seu emblema, e ascendeu aos céus. Desde que os chineses consideram Qin Shi Huang como seu antepassado, às vezes se denominam como "os descendentes do dragão". Esta lenda contribuiu também para o uso do dragão chinês como um símbolo do poder imperial.
O dragão, principalmente os dragões amarelos ou dourados com as cinco garras em cada pé, eram um símbolo para o imperador em muitas dinastias chinesas. O trono imperial foi chamado de trono do dragão. Durante a tardia Dinastia Qing, o dragão foi adotado mesmo como a bandeira nacional. Era uma ofensa grave para que os cidadãos usarem roupas com um símbolo do dragão. O dragão é caracterizado nas esculturas das escadarias de palácios e de túmulos imperiais, tais como a cidade proibida em Pequim.
Em algumas lendas chinesas, um imperador podia carregar uma marca de nascença na forma de um dragão. Por exemplo, uma lenda diz a narrativa de um camponês que trazia uma marca de nascença do dragão que eventualmente derrubou a dinastia existente e fundou uma nova; uma outra lenda diz do príncipe escondia de seus inimigos que era identificado por sua marca de nascença do dragão.
Em contraste, a imperatriz da China era frequentemente identificada com o Fenghuang.
Em épocas modernas, a crença no dragão parece ser esporádica na melhor das hipóteses. Parece ser muito poucos os que veriam o dragão como uma criatura literalmente real. A adoração dos reis dragões como um regente das águas e do tempo continua em muitas áreas, e é profundamente enraizado em tradições culturais chinesas tais como a celebração do Ano Novo Chinês. Usam também pipas de dragão nas celebrações.

Representação Neolítica

Representações de dragões foram encontradas extensivamente em sitos arqueológicos do período paeolítico por toda China. A primeira representação de dragões foi encontrada no sitio de Xinglongwa. Os sítios culturais de Yangshao em Xi'an produziram potes de argila com temática nos dragões. A cultura de Liangzhu produziu também amostra de dragões. Os sítios culturais de Hongshan no interior da Mongólia até hoje produziram amuletos de jade de dragão do jade na forma de dragões porcos.
Anteriormente tais formas era o dragão porco. É uma criatura enrolada, alongada com uma cabeça que se assemelha a um javali. O sinal para "dragão" na escrita chinesa anterior tem uma forma em espiral similar, como mais tarde os amuletos de jade do dragão do período de Shang.

Representação Clássica

"Dungeons & Dragons" descrevem "Nove Tipo clássicos" de dragões, nove sendo números auspiciosos na cultura Chinesa. São estes:
  • Tianlong (天龍, tiān lÒng: literalmente "Dragão do paraíso"), Dragão Celestial - O soberano dos dragões.
  • Shenlong (神龍, shén lóng: literalmente "espírito do dragão"), Dragão Espiritual - controla o tempo e tem que ser satisfeito, ou as condições de tempo ficam desastrosas.
  • Fucanglong (伏藏龍), Dragão dos Tesouros Escondidos guardião de metais preciosos e de jóias enterrados na Terra.
  • Dilong (地龍), Dragão da Terra – controla os rios. consome a primavera no paraíso e o outono no mar.
  • Yinglong (應龍), Dragão Alado - acredita-se ser um poderoso empregado de Huang Di, o imperador amarelo, mais tarde imortalizado como um dragão.
  • Jiaolong (虯龍), Dragão Chifrudo – considerado poderoso.
  • Panlong (蟠龍), Dragão Espiralado - mora nos lagos do Oriente.
  • Huanglong (黃龍), Dragão Amarelo - um dragão sem chifre conhecido por sua sabedoria.
  • Rei Dragão (龍王) - cada um governa sobre um dos quatro mares: do leste, do sul, do oeste, e do norte.
Ao contrário da opinião popular, chinês nunca fez qualquer esforço intencional em definir os dragões, embora várias palavras fossem usadas para descrever dragões em vários estados. Por exemplo, Panlong é um dragões em estado enrolado. Eles, entretanto, dividem dragões por suas cores. Ou seja, dragão preto representa o norte, dragão vermelho representa o sul, o dragão verde/azul representa o leste, o dragão branco representa o oeste e o dragão amarelo representa o centro. Esta é uma representação mais menos popular das direções e das estações do que quatro símbolos usados na Constelação Chinesa.
O Jiao (Jiaolong) e o li (Lilong) às vezes são usados para descrever a outra espécie de dragão (do inferior), ambos sem chifres. Visto que o dragão é visto na maior parte como auspicioso ou sagrado, o jiao e o li são descritos às vezes como mau ou malicioso.
Os Nove Dragões
Além destes, há nove filhos do dragão, que caracterizam proeminente em decorações arquitetônicas e monumentais:
  • O primeiro é chamado de bixi (贔屭 pinyin: bìxì), que parece uma tartaruga gigante e é bom carregando peso. Encontra-se frequentemente como a base de pedra esculpida de tabuletas monumentais.
  • O segundo é chamado de chiwen (螭吻 ou 鴟吻 pinyin chǐwěn ou 嘲风 pinyin cháofēng), que parece uma besta e gosta de ver longe. Encontra-se sempre no telhado.
  • O terceiro é chamado de pulao (蒲牢 pinyin pǔláo), que parece um dragão pequeno, e gosta de rujir. Assim encontra-se sempre em sinos.
  • O quarto é chamado de bi'an (狴犴 pinyin bì'àn), que parece um tigre, e é poderoso. Encontra-se frequentemente em portas da prisão para amedrontar os prisioneiros.
  • O quinto é chamado de taotie (饕餮 pinyin tāotiè), que ama comer e é encontrado em mercadorias relacionadas à comida.
  • O sexto é chamado de qiuniu (囚牛 pinyin qíuníu), que gosta de música, e é encontrado em instrumentos musicais tais como harpas chinesas (胡琴).
  • O sétimo é chamado de yazi (睚眦 ou 睚眥 pinyin yázī), que gosta de matar, e é encontrado em espadas e em facas.
  • O oitavo é chamado de suanni (狻猊 pinyin suānní) que parece um leão e gosta do fumo além de ter uma afinidade para fogo de artifício. Encontra-se geralmente em acendedores de incenso.
  • O caçula é chamado de jiaotu (椒圖 pinyin jiāotú), que parece uma concha ou moluscos e não gosta de ser perturbado. É usado na porta dianteira ou no degrau da porta.

    Garras do Dragão

    Nota-se às vezes que os dragões chineses têm cinco dedos em cada pé, dragões coreanos tem quatro, quando os dragões japoneses tem três. Para explicar este fenômeno, a lenda chinesa indica que todos os dragões imperiais se originaram na China, e, além disso, longe da China um dragão foi poucos dedos do pé que teve. Os dragões existem somente na China, na Coréia, e no Japão porque se viajarem além não teriam nenhum dedo do pé para continuar. A lenda japonesa tem uma história similar à chinesa. Quanto mais viajaram mais os dedos do pé cresceram e em conseqüência, se fossem muito longe teriam muitos dedos do pé para continuar a andam corretamente.
    Entretanto, os registros históricos mostram que os dragões chineses comuns tiveram quatro dedos do pé, mas o dragão imperial teve cinco (como nos cinco elementos da filosofia chinesa). o dragão de Quatro garras era reservado para príncipes e determinados oficiais de maior patente. O dragão com três garras foi usado pelo público geral (visto extensamente em vários bens chineses no Dinastia Ming). De fato, era uma ofensa grave para qualquer um - exceto o próprio imperador - usar o tema do dragão com cinco garras. O uso impróprio do número de garras foi considerado traição, punível pela execução da tribo inteira do ofensor. Desde que a maioria das nações orientais e em um ou outro ponto foram considerados tributários chineses, foram permitidos somente dragões de quatro garras.

    Número nove

    O número nove é considerado de sorte na China porque é o único dígito maior possível, e os dragões chineses são relacionados freqüentemente com ele. Por exemplo, um dragão chinês é descrito normalmente nos termos de nove atributos e tem geralmente 117 escalas- 81 (9x9) masculino e 36 (9x4) feminino.
    Isto também é porque há nove formas do dragão e o dragão tem nove filhos (veja a descrição deles acima). Da "Parede do Nove Dragões" é uma parede com imagens de nove dragões diferentes, e é encontrada em palácios e em jardins imperiais. Enquanto nove foram considerados o número do imperador, só foram permitidos aos oficiais os maiores usarem nove dragões em suas vestes - e então somente com a veste coberta completamente com sobretudo. os oficiais do Baixo escalão tiveram oito ou cinco dragões em suas vestes, cobertas outra vez com sobretudo; até mesmo o próprio imperador usou sua veste do dragão com um de seus nove dragões escondidos da vista. Há um número de lugares na China chamada de "nove dragões", sendo o mais famoso Kowloon (em cantonese) em Hong.kong. A parte do Mekong no Vietnã é conhecido como KuLong, com o mesmo significado.

    Horóscopo Chinês

    O dragão é um dos 12 animais no horóscopo chinês que é usado no calendário chinês. Acredita-se que cada animal está associado com determinados traços da personalidade. Os anos do dragão são geralmente os mais populares para ter bebês. Há mais bebês nascidos em anos do dragão do que em todos os outros anos animais do horóscopo tudo gauderio.

    Constelações

    O Dragon Azure - Qing Longo - 青龍 é considerado ser o primeiro dos quatro guardiãos celestiais, os outros três sendo o Zhu Que - 朱雀 (Pássaro Vermelho), Bai Hu - 白虎 (tigre branco), Xuan Wu - 玄武 (tartaruga preta - como criatura). Neste contexto, o dragão azure é associado com o leste e o elemento da madeira.

    Fonte:Wikipédia 


A mulher na China


Pode parecer estranho dedicar um tópico sobre a questão da mulher na China, quando ela poderia ser incluída na seção Sociedade. No entanto, creio que isso reduziria em muito o exame que o problema merece no caso chinês. A condição feminina na China tem sido objeto de controvérsias milenares, caracterizadas pela tentativa constante de imposição do masculino sobre a sociedade. Assim sendo, a literatura chinesa proporcionou peças diversas sobre este debate, que tanto ressaltam a necessidade de enquadrá-la como um ser submisso quanto defendem a sua liberdade como ser autônomo e consciente. O primeiro destes documentos é o livro de Banzhao (séc. +1), intelectual chinesa da época Han que escreveu o Lições Femininas (Nujie), cujo teor dos trechos escolhidos é predominantemente machista, baseando-se nos discursos do Liji. Seu livro, porém, é objeto de discussão, posto que outros trechos parecem contradizer esta postura. Do mesmo período, no entanto, o Livro da Alcova (Fang Chungshu) trata a mulher como um ser responsável pelo equilíbrio cósmico, e que por isso deveria ser tratada em pé de igualdade (e, dependendo da situação, até mesmo como um ser superior em certos aspectos). Os Analetos Femininos (Nu Lunyu, da época Song) são uma tentativa posterior de estrutura um confucionismo feminino inteiramente baseado na misogenia, ou seja, na submissão da mulher. As três seleções seguintes: Mercado de concubinas, cartas familiares e Enfaixamento dos pés são desdobramentos mais recentes destas nefastas práticas machistas. O trecho de Maozedong ilustra a proposta comunista em renovar a visão da mulher na sociedade chinesa, mas o texto atual de Xinran, As boas mulheres da China, revela que a modernidade preserva muito ainda do preconceito e da desigualdade derivadas destas épocas.
59. Banzhao – o Tratado das Mulheres.
No controverso texto de Banzhao, dois aspectos aqui são revelados; um, de como a mulher deve ser humilde e dedicada; em outro texto, porém, Banzhao defende que as mulheres devem ser educadas como os homens, como forma de cumprir mais eficazmente a sua natureza yin. As inferências sobre tais questões tem, frequentemente, ensejado análises bastante diferentes sobre a situação da mulher na China Han. Mais do que um simples ser subserviente, talvez a posição feminina fosse justamente o contrário; ou ainda, a tentativa de educá-la seria uma forma de ir contra o sistema ou referendá-lo? Um estudo mais amplo sobre as questões encontra ainda um bom terreno para debate, embora seja consensual que esta época marca o recrudescimento de um discurso machista entre os intelectuais chineses.

Humildade: No terceiro dia após o nascimento de uma menina, os antigos observavam três costumes; primeiro, colocar o bebe debaixo da cama; segundo, dar-lhe um caco de cerâmica quebrada para brincar; terceiro, anunciar seu nascimento para seus antepassados por meio de uma oferenda. Colocar o bebê debaixo da cama indica claramente que ela é humilde e fraca, e que deve considerar antes seus deveres para com os outros do que para si mesma. O caco de cerâmica a ensina que deve conhecer bem cedo seus ofícios, e trabalhar bastante para ser conhecida como dedicada. O anúncio do nascimento aos antepassados significa nitidamente que ela tem o dever fundamental de dar continuidade a família, aos ritos e ao serviço.
Estes três costumes antigos definiram os modos de vida de uma mulher comum, bem como o que ela deve aprender dos ritos, das tradições e das cerimoniais.
A mulher modesta serve, antes de tudo, aos outros; põe-se por último, antes mesmo de si. Se faz algo de bom, não menciona; se faz algo ruim, nunca o nega. Nunca deixa desonrar-se, e resiste quando outros lhe falam ou fazem mal. Aparenta sempre ser temerosa e medrosa. Quando uma mulher segue tais preceitos, ela pode ser dita humilde, mesmo na frente dos outros.
Uma mulher deve dormir tarde e acordar cedo para seus deveres. Não deve recusar trabalhos fáceis ou difíceis. Deve ser arrumada, laboriosa, cuidadosa e sistemática. Quando uma mulher realiza estas coisas, ela pode ser dita dedicada.
Uma mulher deve ser correta na maneira de servir, humildemente, ao seu marido. Deve proporcioná-lo paz de espírito e tranquilidade, cuidando de seus casos. Não deve ser bisbilhoteira, e não rir de modo idiota. Deve ser limpa, e arrumar de modo higiênico os vinhos e a comida, bem como as oferendas aos antepassados.
Quando uma mulher observa estes princípios, pode ser considerada como continuadora dos deveres de adoração ancestral.
Nenhuma mulher que observa estes três princípios caiu em desonra ou teve má reputação. Se uma mulher não observar estes princípios, como pode querer ser honrada? Como pode evitar atrair desgraça para si mesma?
Marido e Esposa: O caminho da esposa e do marido estão intimamente ligados, tal como yin e yang, e estão ligados desde o tempo dos deuses e dos antepassados. Grandes são o Céu e a Terra, os alicerces de todos os relacionamentos humanos. Por isso As Recordações dos ritos (Liji) louvam a união entre homem e mulher; e o Tratado das poesias (Shijing), na primeira ode, manifesta os princípios desta união. Por isso mesmo este relacionamento é um dos mais importantes.
Se um marido for indigno de sua esposa, então ele não pode controlá-la; se uma esposa for indigna de seu marido, então ela não pode serví-lo corretamente. Se um marido não controla sua esposa, as regras de conduta nas quais se baseiam sua autoridade são quebradas e abandonadas. Se uma esposa não serve seu marido, o relacionamento apropriado entre homens e mulheres não segue o curso natural das coisas, sendo então negligenciados e destruídos. De fato, a finalidade destes dois princípios – o controle da mulher e o serviço ao homem – é o mesmo.
Examinemos agora os cavalheiros da época atual. Sabem somente que suas esposas devem ser controladas, e que as regras de conduta que manifestam seu poder devem ser estabelecidas. No entanto, eles ensinam os meninos a lerem os livros e a estudar a história. Mas eles não tem a menor idéia de como os mestre e maridos devem ser seguidos, e quais ritos para manter um relacionamento apropriado devem ser seguidos. Ora, se apenas se ensina aos homens, e não as mulheres, isso não ignora a relação essencial entre eles?
De acordo com os ritos, a regra para começar a ensinar as crianças a ler fixa o seu inicio na idade de 8 anos, e aos quinze elas devem estar preparadas para o exercício da cultura. Porque apenas os meninos, e não as meninas, podem seguir este principio?
60. Fang Chungshu – o Livro da Alcova.
O contraponto do discurso misógino que se apresenta na época Han está nos anônimos “Livros de Alcova”, surgidos neste mesmo período. Tratados deste gênero foram achados em tumbas Han, ou mantidos por uma tradição intelectual que se recusou a aceitar a posição de submissão da mulher na sociedade, e mostram que um outro entendimento sobre o feminino a colocava em posição de destaque num ponto de vista social e cósmico.

O caminho do Homem e da Mulher: Assim falou o mestre da Harmonia Inicial Primitiva:

Um elemento feminino e um masculino - yin e yang - isto é para nós o caminho. Fecundar o essencial e chamá-lo a vida - isto se transforma numa tarefa. Até onde não alcançam estas verdades fundamentais! Por isso, o Soberano Amarelo fez perguntas à Moça Simples e o velho Peng deu respostas ao rei da Estirpe dos Shang-Yin. O soberano Amarelo perguntou a Moça Simples;
- Perdi parte da minha energia vital e saí da harmonia. Não há mais alegria no meu coração. Meu corpo tornou-se fraco e vulnerável. Que devo fazer?

A Moça Simples respondeu:

A causa da fraqueza dos homens está somente no fato de que aproveitam de forma abusiva de todos os caminhos do relacionamento entre os elementos feminino e masculino. Neste ponto, a mulher é superior ao homem, da mesma forma quando o fogo é apagado pela água. Se você compreende isso e sabe aplicá-lo, você se parecerá com as panelas apoiadas num tripé em que são combinadas harmonicamente as cinco tendências do paladar, fazendo com que surja uma sopa deliciosa de carne e legumes. Quem está bem informado sobre os caminhos dos elementos feminino e masculino desfrutará os cinco prazeres; quem não os conhece e não segue encurtará a própria vida. Quantos prazeres e alegrias ainda podem ser desfrutados! quem não dedicaria atenção a isso?
61. Nu Lunyu – os Analectos Femininos.
Durante o período Tang, Song Ruoxin e Song Ruozhao (dois homens) decidiram escrever um “Diálogos femininos” (Nu Lunyu), inspirados supostamente na obra de Confúcio. O texto, porém, não possui diálogos como os do original, mas apenas dissertações sob forma de conselho ou imposição. Aqui, o machismo assume claramente sua posição, tentando estabelecer uma posição inferior para a mulher. No entanto, a época Tang é uma dos períodos mais ativos das mulheres na sociedade chinesa, e o país chegou a ter uma imperatriz, Wu Zetian. Podemos entender, assim, que o sentido do texto dirige-se então como uma crítica a escalada do feminino naquele contexto.
Sobre o comportamento: A primeira coisa que uma mulher deve aprender são os princípios do comportamento: pureza e castidade. Se você for pura, a castidade a seguirá; se você for casta, será honrada.
Não vire sua cabeça na rua nem olhe para os lados. Não mostre seus dentes quando fala, não mova seus joelhos quando senta. Não mova seu vestido quando se levanta, não demonstre ostensivamente sua felicidade, nem reclame quando estiver com fome.
Dentro ou fora de casa, homens e mulheres devem ser arrumados em grupos separados. Não fique bisbilhotando o outro lado do muro, e não vá muito além dentro da corte. Esconda seu rosto quando olha alguma coisa. Ao sair, você deve ser cobrir. Não dê seu nome a nenhum homem que não seja aparentado. Não faça amizades com mulheres que não venham de boa família. Somente por meios apropriados pode-se ser uma pessoa apropriada.
62. Mercado das concubinas.
Chang Tai (1597+1689) nos fornece, aqui um quadro incômodo sobre as atividades de vendas de mulheres na China Imperial. O texto a seguir trata do mercado de concubinas, escravas sexuais e domésticas, relativamente comum na época, e que envolvia pessoas empobrecidas que não podiam mais sustentar suas filhas.

Em Yangzhou, havia centenas de pessoas ganhando a vida com atividades ligadas aos "cavalos magros" (alcunha do mercado de concubinas). Nunca deveria alguém deixar que se soubesse que estava à procura de uma concubina. Uma vez que isso transpirasse, os agentes profissionais e intermediários, homens e mulheres, enxameariam como moscas à volta de sua casa ou estalagem, não havendo meio de mantê-los afastados. Na manhã seguinte, o homem encontraria muitos deles à sua espera, e o proxeneta que chegasse primeiro o carregaria, enquanto os demais seguiriam atrás, à espera de sua oportunidade.
Ao chegar à casa do "cavalo magro", o cliente seria servido de chá logo que se sentasse. Imediatamente a agenciadora viria com uma moça e ordenaria: "Kuniang (senhorita), cumprimente!" A moça fazia uma vênia. A seguir, era dito: "Kuniang, caminhe!" Ela caminhava. “Kuniang, volte-se!" Ela se voltava, ficando de frente para a luz e seu rosto era mostrado. "Desculpe, podemos ver sua mão?" A mulher enrolava-lhe a manga e expunha o braço inteiro. Sua pele era mostrada. "Kuniang, olhe para o cavalheiro." Ela olhava, com o canto dos olhos. Seus olhos eram mostrados. "Qual é a idade da Kuniang?" Ela respondia. Sua voz era mostrada. "Caminhe mais um pouco, por favor." Desta vez, a mulher erguia-lhe as saias. Seus pés eram mostrados. Há um segredo para julgar os pés das mulheres. Quando se ouve o roçagar de suas saias ao começar ela a andar, pode-se imaginar que tem pés grandes, mas, se usar as saias relativamente altas e mostrar os pés ao dar um passo para a frente, já se sabe que tem um par de pés pequenos, de que se orgulha. "Kuniang, pode retirar-se."
Logo que a moça saía, outra vinha e a mesma coisa se repetia. Costumeiramente havia cinco ou seis moças numa casa. Se o cavalheiro decidisse ficar com determinada jovem, colocar-lhe-ia no cabelo um alfinete de ouro ou outro ornamento; isto se chamava “catai”. Se nenhuma lhe parecesse satisfatória, uma gorjeta de algumas centenas de moedas era dada à agenciadora ou às criadas da casa e outra casa lhe era mostrada. Quando uma agenciadora completava o giro das casas com que operava, outras agenciadoras vinham. Isto continuava por um, dois, talvez quatro ou cinco dias. Era uma coisa sem fim e os agentes nunca se cansavam. Mas, depois que alguém via cinqüenta ou sessenta moças, todas eram mais ou menos parecidas, de cara pintada e vestido vermelho. É como escrever letras; quando se fez o mesmo sinal cem ou mil vezes, não é mais possível distingui-lo. O cliente não sabe o que decidir, ou qual preferir, e acaba por escolher qualquer uma delas.
Depois de feita a escolha, confirmada pelo catai, a dona da casa aparecia com uma folha de papel vermelho e um pincel de escrever. No papel estavam escritos os itens: sedas, flores de ouro, presentes em dinheiro e peças de pano. A dona mergulhava o pincel em tinta e deixava-o pronto para que o freguês preenchesse o total de peças e do presente em dinheiro que estava disposto a dar para ter a moça. Se isso fosse satisfatório, o negócio estava concluído e o cliente despedia-se.
Antes que chegasse à sua própria casa, já ali se achavam tamborileiros, e músicos, carroçados de carneiro e vinhos tintos e verdes. Num instante, papéis cerimoniais, frutas e pastéis também chegavam, e os remetentes voltavam acompanhados pelos músicos. Antes de terem andado um quarto de milha, retornavam com a banda, cadeirinhas de toldo floridas, lanternas florais, tachas, archotes de cabo, carregadores de cadeirinhas, damas de honor, velas, mais frutas, e assados. O cozinheiro chegava com uma carroçada de verduras e carnes, e doces, seguido de toldos, toalhas de mesa, almofadas para cadeiras, talheres de mesa, estrelas de longevidade cortinados de cama e instrumentos de corda. Sem aviso prévio nem mesmo sem pedido de aprovação, a florida cadeira de toldo e outra cadeirinha destinada a acompanhar a noiva saía para receber a nubente, com uma escolta de lanternas nupciais e achortes de cabo. Num átimo, a noiva chegava. Subia e realizava a cerimônia do enlace (curvando-se perante o noivo e os hóspedes), sendo então levada a ocupar seu lugar à mesa de jantar, já posta. Música e cantos começavam e havia muita bulha em toda a casa. Tudo era eficiente e rápido. Antes do Meio-dia, a agente pedia sua comissão, dizia adeus e corria em busca de outro clientes.
63. Cartas de Família de Zen Guofan.
Zeng Guofan (1811+1872) foi um general de renome entre os Qing, e deixou uma correspondência familiar que revela muitos dos detalhes cotidianos da época. Nesta, ele deixa conselhos sobre como tratar as mulheres da família, mostrando a consolidação plena do machismo nesta época.

Quando a noiva (nora) entra em nossa família, deve ser ensinada a ir à cozinha e aprender a costurar, e também a manejar a roda de tecer. Não se deve permitir que ela fique ociosa, pelo fato de vir de um lar rico.
Já sabem a filha mais velha, a segunda e a terceira fazer seus próprios sapatos? Eu gostaria de que as três filhas e a nora me fizessem, cada uma, um par de sapatos por ano, como forma de respeito, mas também de modo que eu pudesse ver seus trabalhos de agulha. Também devem fazer roupas e meias com pano de fabricação doméstica. Desse modo, poderei vigiar a diligência ou a ociosidade das mulheres de nossa casa.
As famílias dos dignitários, hoje em dia, tendem a tornar-se ociosamente ricas, vivendo em fausto. Dão maus exemplos. Quando minhas três filhas estiverem crescidas, quero que se casem em famílias cultas e simples da classe média, que não precisam ser ricas.
Nunca se deve esquecer o plantio de verduras no quintal da casa. A criação de peixes no lago do lado de fora de nossa porta da frente dá a todo o ambiente uma sensação de desenvolvimento e de vida. Criar porcos é também parte importante da economia doméstica. Secam-se, após o outono, alguns dos bambus do terraço traseiro? Por estas quatro coisas , podemos ver se uma família é ativa e operosa, ou se está consumindo sua fortuna. Nenhuma dessas quatro coisas - criação de peixes, de porcos, os bambus e as verduras pode ser negligenciada. Em primeiro lugar, queremos manter a tradição de parcimônia e industriosidade de nossos ancestrais e, em segundo lugar, essas quatro coisas dão sensação de vida e desenvolvimento. No momento em que se entra por uma porta, pode-se sentir um frêmito de atarefada prosperidade. Gastar com essas coisas algum dinheiro e trabalho vale inteiramente a pena.
64. Sobre o enfaixamento dos pés.
O texto de Yu Huai (1617 + 1697) é o primeiro estudo sobre a origem do enfaixamento dos pés, hábito que apavorava os ocidentais chegados a China no século 19. Uma moda estética terrível - mas que não era diferente, porém, do deformante espartilho europeu ou das exaustantes exigências modernas de beleza. Foi proibida no final do século 19, e novamente pela república em 1911, mas apenas como tempo o costume cedeu a modernidade.

Não havia diferença entre os pés das mulheres e os dos homens nos tempos antigos. O Zhouli (Ritos de Zhou) menciona o ofício do "sapateiro", que tinha o dever de cuidar dos sapatos de reis e rainhas. Cita tamancos vermelhos, tamancos pretos, trançados de seda, vermelha e amarela, curvas negras, sapatos brancos, sapatos de linho para uso cerimonioso, não cerimonioso e caseiro, destinados a homens e damas de títulos. Isto mostra que os sapatos de homens e mulheres eram da mesma forma. Em gerações posteriores, os pequenos e delgados sapatos arqueados das mulheres foram muito apreciados por seu diminuto tamanho.
De acordo com pesquisas que fiz, o enfaixamento do pés começou com Li Houcu, de Nantang (937 + 978). Tinha ele uma camareira real chamada Yaoniang (Srta. Yao), notável por sua esbelta beleza e suas danças. O soberano mandou fazer um lótus de ouro, de seis pés de altura, adornado de pedras preciosas, festões e borlas de seda. Esse lótus de ouro, multicolor ficava no centro. Mandou a Srta. Yao atar os pés com seda e acocorar-se em cima do lótus, para sugerir a forma de uma lua crescente. Ela dançou no topo do lótus de meias brancas, e fez piruetas sugerindo as nuvens (com as mangas compridas). Muitas pessoas, então, começaram imitar seu estilo. Foi esse o primeiro começo do enfaixamento de pés.
Esse costume não teve início antes da dinastia Tang. Por isso, entre os poemas escritos por tantos poetas, cantando a beleza das mulheres, descrevendo incessantemente com grande interesse seu aspecto e gestos, a riqueza de seus adornos no cabelo e cosméticos faciais, seus mantos e saias, a delicadeza de seus cabelos, olhos, lábios, dentes, cintura, mãos e pulsos, nem uma só palavra foi dita acerca de seus "pés pequeninos". No Guofu diz-se: "Novo bordado de seda cobria-lhe o alvo tornozelo e o arco de seus pés era como uma. linda fonte". Caoshi (192+232) tem uma frase assim: "Ela usava sapatos bordados para longas caminhadas". Li Bai (701+762) diz em um poema: "Um par de tamancos denteados de ouro; dois pés brancos; como geada". Han Zhiguang escreve: "Seis polegadas de fina pele arredondada resplendem à luz". Tu Muzhi (803+852) escreve: "Mede um pé menos quatro décimos de polegada". O documento "Miscelâneas dos Segredo Han” diz, descrevendo uma jovem escolhida para ser rainha: "Seus pés mediam oito polegadas e seus tornozelos e arcada eram belos e cheios". Tais menções de "seis polegadas" e "oito polegadas" de pés brancos, macios e cheios mostram que os pés das damas antes do período Tang não eram curvados para se assemelharem à lua crescente.
O caso do Soberano Idiota Oriental de Ci (aprox. +500) pode ser lembrado. Fez ele com que sua concubina real favorita a Srta. Pan, pisasse em reproduções de flores de lótus feitas de ouro e arrumadas no soalho e disse: "Uma flor de lótus de ouro nasce de cada passo seu". Isto, porém, refere-se às reproduções de flores de lótus que ela pisou, mas não quer dizer que fossem lótus os seus próprios pés. Cuibu refere em seu livro sobre a origem das Coisas, o Guqinchu, que havia sapatos com cabeças de fênix, com duplas solas, mas não há indicação de que só se referisse a sapatos de mulheres.
Na dinastia Sung, poucas mulheres enfaixavam os pés antes do reinado de Yuanfeng (1078+1085). Mas, nos quase quatrocentos anos que se seguiram, a partir da dinastia mongol (1277+1367) até o presente, as modas e exageros antinaturais desenvolveram-se firmemente e caíram em excessos.
Todas as mulheres antigas usavam meias. No dia em que a Rainha Yang Gueifei morreu (aprox.+756) em Mahuai, uma aldeã recolheu o pé de um par de suas meias bordadas. Exibiu-o ao público, cobrando cem moedas de quem o tocasse. Li Bai diz em um de seus poemas: "Seus pés são brancos como a geada; ela não usa meias de canos pretos". Um dos nomes dados às meias era chiku (estojo do tornozelo). Quando o Imperador Gaozong (1127 + 1162) soube da morte de seu primeiro-ministro, Qinguei, disse: "Agora, não preciso esconder um punhal em minha chiku". Assim, as meias, ou chiku, eram usadas tanto por homens quanto por mulheres. A diferença é que as meias, nos tempos antigos, eram pregadas solas, o que não se dá hoje. Nos tempos antigos, podia-se caminhar de meias sem sapatos. Hoje, não podemos fazer isso... Zao Zijian diz: "Move-se ela com passos leves. Suas meias de seda ficam empoeiradas". Li Houzi escreve: "Ela desce os degraus perfumados, de meias, trazendo na mão os sapatos de fios de ouro". Tal, na verdade, é a diferença entre os sapatos e meias antigos e os dos tempos modernos.
De saltos altos não encontro menção nos livros. Parecem ser invenção moderna. Algumas damas de Wu faziam saltos de sândalo, cobertos com fina seda rígida. Umas tinham saltos escavados, trazendo dentro, escondido um saquinho com perfume, para que deixassem um rastro aromático ao caminhar. Isto é uma extravagancia monstruosa. Menciono tal coisa porque os poemas das dinastias Sung e mongol não fazem referência a isso, de modo que os poeta que queiram escrever a respeito de beldades antigas sejam cautelosos neste ponto.
65. Maozedong e a questão da mulher na China.
Maozedong, apesar de ser conhecido como um temido guerrilheiro comunista e organizador de um dos regimes políticos mais duras do século 20, foi igualmente um promotor da igualdade entre os sexos. Abolindo as antigas leis dos casamento, promovendo a entrada das mulheres no mercado de trabalho, e ensejando sua participação nos quadros políticos do partido, Mao combateu intensamente as tradições machistas do passado, alcançando um substancial sucesso nas áreas mais urbanizadas e na educação.

Na China, os homens são normalmente submissos à autoridade de três sistemas (o poder político, o poder do clã, o poder religioso). Quanto às mulheres, estão, além disso, submissas à autoridade dos homens ou o poder marital. Essas quatro formas de poder - política, do clã, religioso e marital - representam o conjunto da ideologia e do sistema feudo-patriarcal e são as quatro grossas cordas que prendem o povo chinês e, em particular, o campesinato. Mostramos, anteriormente, como os camponeses, nos campos, destruíram o poder dos latifundiários. Este é o pivô, a cuja volta gravitam todas as outras formas de poder. A eliminação do poder dos latifundiários abalou os poderes do clã, religioso e marital.... No que se refere ao poder marital, sempre foi mais fraco nas famílias dos camponeses pobres, onde a situação econômica obrigava as mulheres a assumir uma parte maior no trabalho que nas famílias das classes mais abastadas; daí terem, com mais freqüência, o direito de expressão e decisão nas questões familiares. Durante os últimos anos, devido à ruína crescente da economia rural, a própria base da autoridade do marido sobre a mulher se viu minada. Recentemente, com o aparecimento do movimento camponês, as mulheres começaram, em muitos lugares, a criar associações de camponeses; soara sua hora de erguer-se à frente, e o poder marital se enfraquecia dia a dia. Breve, o conjunto da ideologia e do sistema feudo-patriarcal vacilará diante da autoridade crescente dos camponeses.
[..]
É de primordial importância para a edificação da grande sociedade socialista levar as mulheres em massa a participar das atividades de produção. O princípio “para trabalho igual, salário igual” deve ser aplicado na produção. Uma verdadeira igualdade entre o homem e a mulher é realizável apenas no transcurso do processo da transformação socialista do conjunto da sociedade.
66. Xinran e as “Boas Mulheres da China”.
Mesmo a política de Mao a respeito das mulheres não foi suficiente para modificar alguns dos hábitos ancestrais chineses, o que foi constatado por Xinran Xue, radialista e autora que mantinha um programa dedicado as mulheres. A constatação de que o preconceito e a intolerância continuavam foi uma terrível descoberta, mostrando que muito ainda tinha que ser feito neste campo dentro da própria China. Sua obra, “As boas mulheres da China”, é uma coletânea de relatos sobre o tema.

Respeitada Xinran,
Ouço todos os seus programas. Todo mundo na nossa aldeia gosta deles. Mas não estou escrevendo para lhe dizer como o seu programa é bom; estou escrevendo para lhe contar um segredo. Não é bem um segredo, porque todo mundo na aldeia sabe. Há um homem velho e aleijado aqui, de sessenta anos, que comprou uma esposa recentemente. Ela parece muito nova. Acho que foi raptada. Acontece muito disso por aqui, mas muitas das garotas conseguem fugir mais tarde. O velho está com medo de que a mulher fuja, por isso amarrou-a com uma grossa corrente de ferro. A cintura dela está em carne viva por causa do peso da corrente- o sangue escoa pela roupa. Acho que ela vai morrer. Salve-a, por favor. Não mencione esta carta no rádio de modo algum. Se os moradores da aldeia descobrirem, expulsam a minha família daqui. Que o seu programa fique cada vez melhor. Seu ouvinte leal, ZhangXiaoshuan.
[...]
A carta que recebi do garoto Zhang Xiaoshuan foi a primeira a apelar para a minha ajuda prática e me deixou muito confusa. Informei o chefe da minha seção e perguntei o que devia fazer. Ele sugeriu, com indiferença, que eu entrasse em contato com o Departamento de Segurança Pública. Telefonei e contei a história de Zhang Xiaoshuan. O policial do outro lado da linha me disse que me acalmasse.

"Esse tipo de coisa acontece muito. Se todo mundo reagisse como a senhora, morreríamos de tanto trabalhar. E de toda forma é um caso perdido. Temos pilhas de relatórios aqui e os nossos recursos humanos e financeiros são limitados. Se fosse a senhora, eu pensaria bem antes de me envolver. Aldeões como esses não têm medo de ninguém nem de nada. Mesmo que fôssemos até lá, eles poriam fogo nos nossos carros e espancariam os nossos oficiais. Eles fazem o impossível para garantir que suas famílias se perpetuem, pois deixar de produzir um herdeiro seria uma ofensa contra os ancestrais.
[...]
"No interior" disse ele, "o céu está no alto e o imperador está muito longe." Na sua opinião, a lei não tinha poder algum lá. Os camponeses temiam apenas as autoridades locais, que controlavam seus suprimentos de pesticidas, fertilizantes, sementes e ferramentas agrícolas.
O policial tinha razão. No final, foi o chefe do depósito de suprimentos agrícolas da aldeia que conseguiu salvar a garota. Ameaçou suspender o suprimento de fertilizantes dos aldeães, caso ela não fosse solta. Três policiais me levaram até o povoado num carro da polícia. Quando chegamos, o chefe da aldeia teve que abrir caminho para nós por entre os moradores, que nos xingavam e sacudiam o punho na nossa direção. A garota tinha só doze anos. Nós a tiramos do velho, que chorava e praguejava amargamente. Não ousei perguntar pelo garoto que me havia escrito. Eu queria agradecer, mas a polícia me disse que, se descobrissem o que ele tinha feito, os aldeães poderiam assassiná-lo e à sua família. Presenciando em primeira mão o poder dos camponeses, comecei a entender como, com o auxílio deles, Mao derrotou Chang Kai-chek e suas armas britânicas e americanas.
A menina foi mandada de volta para a família em Xining – uma viagem de trem de vinte e duas horas, a partir de Nanquim-, acompanhada por um policial e alguém da estação de rádio. Apurou-se que os pais tinham contraído uma dívida de quase dez mil iuanes tentando encontrá-la.
Não recebi nenhum elogio por salvar a menina, só críticas por deslocar soldados, causar agitação entre as pessoas e desperdiçar o tempo e o dinheiro da emissora. Fiquei abalada com essas queixas. Havia uma garota em perigo e, ainda assim, ir em socorro dela era visto como "exaurir as pessoas e drenar o Tesouro”. Quanto valia, exatamente, a vida de uma mulher na China?

fonte:http://chinologia.blogspot.com/2009/08/mulher-na-china.html

quinta-feira, 27 de maio de 2010

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Lao Tze


Lao tze, Laozi, Lao-tse ou Lao Tzu: todas essas são pronúncias ocidentalizadas do título de uma das maiores personagens da filosofia na China antiga. Isso mesmo: Lao tze não é um nome, mas significa "grande senhor" ou "velho mestre". Seu nome real seria Li Er ou Lao Dan.
A tradição diz que ele viveu no século 6 antes de Cristo. Muitos estudiosos modernos afirmam que ele deve ter vivido dois séculos depois, numa época conhecida como Cem Escolas de Pensamento. Atribui-se a Lao tze a autoria da obra criadora do taoísmo, o "Tao Te King", ou Livro do Caminho e da Virtude. Junto com a Bíblia, esse livro é um dos mais traduzidos no mundo.
O taoísmo é uma mescla de religião e de filosofia de vida, e Lao tze tornou-se uma das principais figuras cultuadas nela. Junto com o budismo e o confucionismo, o taoísmo (ou daoísmo) forma os três pilares do pensamento filosófico chinês.
Segundo pesquisadores modernos, Lao tze jamais existiu: é uma criação dos fundadores da escola filosófica (daojia) e da tradição religiosa (daojiao).
Os Shiji ("Registros dos Historiadores"), feitos pela dinastia chinesa Han cerca de 400 anos depois da época de Lao tze, trazem uma "biografia" do pensador. De acordo com esse texto, ele nasceu em Chu (atual Luyi), na província de Henan. Algumas lendas dizem que sua mãe teve uma gestação de oito anos e a criança nasceu de cabelos brancos: daí viria seu título, que pode significar tanto "velho mestre" como "criança velha". Ele teria sido contemporâneo de Confúcio considerado outro grande mestre da filosofia chinesa.
Os dois teriam se encontrado quando Lao tze trabalhava como arquivista na Biblioteca Imperial da dinastia Zhou. De acordo com essas histórias, eles discutiram durante meses e Lao tze teria influenciado o pensamento confucionista.
Com a perda de poder da dinastia Zhou, Lao tze largou o emprego e viajou para o Oeste em seu búfalo, atravessando a China para depois desaparecer no deserto. Antes disso, um guarda da fronteira o convenceu a escrever seus ensinamentos: até então, eles eram divulgados apenas com a palavra falada.
O resultado foi o "Tao Te King", um dos mais significativos tratados da filosofia chinesa, que aborda espiritualidade individual, existencialismo, dinâmicas interpessoais e técnicas para governar. Tao, em chinês, significa "O caminho" e costuma ser definido como a natureza, o princípio natural que regula a ordem do universo físico.
Lao tze enfatizou o conceito de "wei-wu-wei", ação através da inação. Isso não significa que alguém deva se sentar e esperar sem fazer nada, mas que evitando atitudes diretas e vontades pessoais pode-se atingir grande eficiência, apenas seguindo a forma espontânea (natural) pela qual as coisas acontecem.
Ações tomadas de acordo com o Tao são mais fáceis e mais produtivas. Para ele, a violência deve ser evitada sempre que possível e as vitórias militares são apenas uma ocasião para lamentar a necessidade de usar a força contra outros seres vivos. Também assinalou que códigos de leis e regras estabelecidos resultam numa sociedade cada vez mais difícil de administrar. As três virtudes principais são coragem, generosidade e liderança. Para evitar a hipocrisia, Lao tze aconselha a "agir sem agir" sendo espontâneo, de acordo com os próprios sentimentos, sem pensar na aprovação dos outros.
O taoísmo clássico inspirou um movimento intelectual chamado xuanxue (aprendendo com o misterioso, que dominou a elite chinesa e a alta cultura dos séculos 3 ao 6 de nossa era. Dessa forma, Lao tze influenciou não apenas o pensamento filosófico, mas a literatura, a caligrafia, a pintura, a música chinesas. No século 7, o imperador Xuanzong ordenou que cada soldado tivesse uma cópia do "Tao Te King" em casa e assinalou as passagens que deveriam ser estudadas pelos civis.
Mas a fama desse pensador real ou imaginário viajou muito além das fronteiras da China e de seu tempo. O taoísmo ou daoísmo espalhou-se pela Ásia. As crenças foram assimiladas como uma tradição de vida, e contribuíram para a formação das culturas japonesa e coreana.
Durante os anos 1900, uma tradução em latim do "Tao Te Ching" chegou à Inglaterra e os ensinamentos de Lao tze se difundiram no Ocidente moderno. Frases memoráveis do filósofo, do tipo "governar um país grande é como cozinhar um peixe pequeno", passaram a fazer parte da linguagem da política ocidental.
Nos dias atuais, um número cada vez maior e mais heterogêneo de leitores são inundados com best-sellers "baseados" nas idéias de Laozi: "O Tao da Física", "O livro da cozinha taoista", e até livros de ecologia, jardinagem, sexo e auto-ajuda.
Para os estudiosos, tudo isso prova a importância de Lao tze no pensamento e na literatura mundiais, 27 séculos após seu provável nascimento.

terça-feira, 25 de maio de 2010

A milenar cultura chinesa - video

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Siddharta Gautama




 

A história desse personagem é mesclada de lendas, pois naquela época não havia a preocupação de fazer registros de fatos. Sabe-se que o príncipe Sidarta ("aquele que realiza todos os desejos") nasceu em Lumbini, região localizada nas planícies de Terai, no norte da Índia, território hoje pertencente ao Nepal. Era filho dos reis da dinastia Sakia. Sua mãe, a rainha Maya, morreu sete dias após o parto.
O reino dos Sakia era apenas uma pequena tribo que estava ameaçada de ficar sob o governo das potências vizinhas. Por isso, esperava-se que Sidarta se tornasse um líder político e guerreiro. Mas o jovem príncipe logo demonstrou uma tendência à meditação, ao pensamento filosófico e espiritual.
Preocupado, seu pai, o rei Sudoana, tentou afastá-lo desse caminho. Providenciou para que Sidarta se casasse cedo e vivesse rodeado de luxo, afastado dos problemas da população. Também deu-lhe treinamento especial em literatura e artes marciais.
Foi em vão. Tudo isso só fortaleceu a convicção do príncipe de que a vida só podia oferecer vaidade e sofrimento. Ao atravessar a cidade ele teve contato com a realidade da velhice, da doença, da miséria e da morte. Sidarta entrou em profunda crise existencial: toda sua vida lhe pareceu uma mentira. Com isso, aos 29 anos, deixou seu palácio e título, e iniciou sua busca para atingir a iluminação, para desvendar o problema do sofrimento humano.
Em suas andanças, havia encontrado um monge que vivia de esmolas e observara que apesar da situação miserável, ele tinha um olhar sereno. Assim, juntou-se a um grupo de brâmanes (sacerdotes da religião hindu) dedicados a uma vida ascética, isto é, feita de orações, privações, muita disciplina e mortificações. Mortificar-se é castigar o corpo com jejuns, provocar o próprio sofrimento físico e mental, torturar-se como meio de inibir certos desejos.
Sidarta passou seis anos aprendendo tudo que esses religiosos tinham para lhe ensinar. E percebeu que mortificar-se era inútil: levar o organismo a limites extremos de dor e privação não conduzia à compreensão da vida para atingir a libertação do sofrimento. Essa situação era o extremo oposto do que ele já havia experimentado, ao viver entre excesso de prazeres na corte de seu pai. Foi assim que o místico chegou ao conceito de Caminho do Meio, a busca de uma forma de vida equilibrada, com disciplina suficiente para evitar esses extremos de prazer e dor, pois ambos impediam a clareza de pensamento.
Os brâmanes ficaram escandalizados com esse conceito e o abandonaram. Sozinho, ele prosseguiu e procurou conhecer a si mesmo. Diz a lenda que Sidarta se sentou para meditar sob uma figueira, a árvore Bodhi. Ali, conheceu a dúvida sobre o sucesso de sua empreitada, ao ser questionado pelo demônio chamado Mara, que simboliza o mundo das aparências e é representado em muitas ilustrações na forma de uma cobra naja.
Diz a lenda que Mara ofereceu o nirvana a Sidarta, o estado permanente e definitivo de beatitude, felicidade e conhecimento. Essa era a meta suprema do homem religioso, obtida através de disciplina ascética e meditação. A oferta foi tentadora, mas Sidarta percebeu que isso o levaria a se distanciar do mundo e o impediria de passar seus ensinamentos adiante.
E não era essa sua intenção: ele estava ligado a todos os homens, todos eram seus irmãos e irmãs que precisavam de orientação para viver melhor.
Assim Sidarta se transformou, por volta dos 40 anos, no Buda, o iluminado. Começou na cidade de Benares (hoje Varanasi, na Índia) a ensinar o darma, isto é, o caminho para o amadurecimento e a libertação de boa parte do sofrimento na vida terrestre. A essa altura, o número de seguidores (discípulos) do budismo já havia crescido bastante, incluindo seu filho e sua esposa. Continuou suas pregações na região norte da Índia por mais 40 anos, até sua morte, convertendo numerosas pessoas e combatendo os brâmanes.
Buda sempre enfatizou que ele não era um deus e que a capacidade de se tornar um buda pertencia ao ser humano, porque este possui grande potencial para a sabedoria e a iluminação, os objetivos do budismo. De acordo com a tradição, suas últimas palavras foram: "Tudo passa. Apliquem-se em buscar a salvação".









Quem foi Confucio?

Provavelmente, nenhum filósofo influenciou tanto o pensamento chinês quanto Confúcio. Sua visão de mundo acabou se estabelecendo como o conceito que dirigiu a burocracia chinesa por mais de 20 séculos. Confúcio dizia que não ensinava nada de novo, apenas recomendava a observação dos costumes ancestrais. E, apesar do rigor moral desse homem e do prestígio que ele conquistou ainda em vida.
Confúcio nunca conseguiu um cargo público de importância que o permitisse pôr suas teorias em prática. Na verdade, quem aplicou seus ensinamentos e os perpetuou foram seus discípulos.
Confúcio - a forma latinizada de Kong Fu'tzi, ou Mestre Kong - nasceu em 551 a.c., na cidade-estado de Lu, uma região que hoje faz parte da China, numa época de guerra e destruição. Embora tenha ficado órfão muito cedo e aprendido ofícios humildes, Confúcio foi educado como um cavalheiro. Desde cedo, passava seu tempo praticando a arquearia e a pesca com anzol.
No entanto, tinha apenas duas verdadeiras paixões. Uma delas era a música. Há uma história lendária sobre a dedicação de Confúcio à música. Dizem que, certa vez, ele ficou tão absorvido pelos sons, que passou três meses inteiros sem tocar em nenhum alimento. Sua outra paixão era aprender. Estudou os clássicos da sua cultura, história, poesia, leis e, principalmente, o "Livro das Mutações'; ou I-Ching.
Durante praticamente toda sua vida, Confúcio foi um educador - provavelmente o primeiro professor profissional da China. Entretanto, ele ambicionava uma posição na corte, onde poderia transformar suas idéias em realidade. Mas foi só quando tinha 50 anos que recebeu uma nomeação para um cargo no governo. Na sua gestão, aconselhou o regente Ji Kang-zi a ser piedoso com os pais e gentil com os filhos, a promover quem tinha valor e a treinar os incompetentes. Apesar de essa política não parecer nada revolucíonária hoje em dia, na época era uma reviravolta.
Confúcio enfatizava a educação e a habilidade, em vez de hereditariedade. Essa valorização da capacidade sobre a hereditariedade marcou profundamente a estrutura administrativa chinesa nos séculos seguintes. A classe de administradores, os mandarins, que controlavam o vasto império chinês, era submetida a um rigoroso exame de admissão no governo. Qualquer um podia prestar o concurso, independentemente de classe ou origem. No entanto, por causa da complexidade do teste de admissão, quase sempre eram os filhos das famílias mais ricas, os quais tinham tempo e recursos para se prepararem, que conquistavam esses cargos.
Até onde se sabe, Confúcio editou um Livro de Odes, "Os Anais da Primavera e do Outono", revisou textos cerimoniais e musicais, além de ter escrito comentários ao I-Ching. Mas ele não escreveu nada sobre seus pensamentos. Foram seus discípulos que preservaram seus ensinamentos.
Os Analectos
A principal fonte dos ensinamentos do Mestre Kong é os "Analectos'; Lun Yu, em chinês, uma coleção de textos que descreve as lições de Confúcio aos seus discípulos. Por meio destes relatos, escritos por seus seguidores, podemos saber não só o que Kong Fu'tzi ensinava, mas também conhecer sua metodologia e suas maneiras. Confúcio é descrito como um professor que não tinha opiniões impensadas, dogmatismo, nem era obstinado e egoísta. Seus modos eram afáveis, porém firmes. Os autores dos Analectos contam que ele impunha autoridade sem ser ríspido, ao mesmo tempo em que era cordial e tranqüilo.
Dizem, também, que Confúcio tinha um grande senso de humor e, ao contrário de muitos mestres, não se importava em ser corrigido pelos discípulos. Ele foi também um dos primeiros humanistas de que se tem notícia. Reconhecia o livre arbítrio dos indivíduos e ensinava: "o comandante do maior exército pode ser removido, mas a vontade da pessoa mais simples não pode ser modificada': Ele sustentava que a natureza das pessoas é semelhante, mas as experiências da vida as tornam diferentes umas das outras. "Essa característica pessoal devia ser identificada e respeitada", ensinava o mestre.
O Mestre Kong também falava do Caminho, ou Tao, que permeía a todas as coisas e as conduz à sua grandiosidade inerente. No entanto, Confúcio dizia que eram os humanos que faziam o Tao ser grande, e não o Tao que fazia os humanos grandes. O respeito pelos pais e o cultivo da virtude eram seus mais importantes preceitos. Ele dizia que poderia até mesmo viver entre os bárbaros, pois a virtude nunca está só e sempre traz bons vizinhos.
Confúcio acreditava que sua missão era transmitir a cultura que tinha absorvido, tornando, dessa forma, o mundo mais virtuoso. Ele não via a si mesmo como um asceta, nem mesmo como um homem extremamente virtuoso. Em lugar disso, louvava sua paixão pelo aprendizado e sua infinita paciência para ensinar. Confúcio morreu em 479 a.c., aos 72 anos, cercado pelos seus discipulos, cuja fidelidade ele conquistara com modéstia e honestidade.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Curiosidades da cultura japonesa

Dinheiro do Japão ( Nihon no okane )

        Na moeda japonesa existem 3 tipos de cédulas: 10,000 yenes, 5,000 yenes e 1,000 yenes, e 1 yene. No Japão há um imposto chamado "shoohizei" (imposto consumo) incluído no pagamento de cada compra, como uma taxa de 3% sobre o valor total da compra. Por isso, sempre precisamos de moedas de 1 yene. Em qualquer parte do Japão, você sempre encontrará máquinas automáticas que vendem bebidas e cigarros.
        Para comprar um suco de 110 yenes, introduza uma de 100 yenes e outra de 10 yenes e depois aperte o botão do desejado. Se você introduzir 2 moedas de 100 yenes, o resultado será o mesmo. Nesse caso, sairão da máquina o produto e 90 yenes de troco. O que acontecerá então se a moeda for de 500 yenes? Não se preocupe, pois a máquina lhe dará 390 yenes de troco em moedinhas. Se em vez de moedas for introduzida um cédula de 1000 yenes, a máquina processará da mesma forma. Além de bebidas e cigarros, os produtos que podem ser comprados por essas máquinas são: passagem de trem, cartão de telefone, hambúrguer, lámen instantâneo, camisinhas, etc.

Transporte

        Os trens japoneses, especialmente em Tóquio, são dos mais complicados! Você nunca pensou assim? Primeiro, as indicações escritas em alfabeto são poucas. Por isso é necessário saber ler Kanji ou hiragana do destino aonde você irá. Todavia, a rede de trens em Tóquio é excelente. É também muito pontual. Por exemplo, nas horas de "rush", na linhas de Yamanote, uma das linhas principais em Tóquio, os trens correm cada minuto! Em todo o caso, os trens nas horas de maior trânsito apresentam cenas incríveis.
        Recomenda-se que você adquira um mapa de rede de trem escrito em alfabeto. Se puder, tenha-o em japonês também, pois assim você poderá saber, como se escreve em kanji, a estação aonde você se dirige. Os bilhetes de trem, se não são para viagens grandes, adquirem-se na máquina automática. Nestes dias tem aumentado passagem automáticas. Os bilhetes que têm um lado castanho ou preto são para a passagem automática. Para utilizar o ônibus, não se esqueça de confirmar se tem trocados.
        Tenha cuidado quando entrar, pois há dois tipos de ônibus: um com preço único e outro com preços diferentes. O primeiro é geralmente ônibus de curta distância. Você coloca o dinheiro na caixa, que lhe devolverá automaticamente o troco. O segundo varia de preço conforme a distância. Se quiser troco, utilize a máquina de câmbio ao pé do motorista. Normalmente pode se cambiar uma nota de mil yenes ou moedas de 500 e 100. Neste caso, a máquina só faz a troca de dinheiro, por isso você tem de pagar o preço exato. Como outro meio de transporte, há taxis. Lembre-se que as portas dos táxis japoneses são automáticas. Abrem-se a porta traseira do lado esquerdo. Não tente abrir a porta com sua mão, pois corre o perigo de estragar a porta.



Por Favor ( Sumimasen ga )

        Muitos estrangeiros ficam atrapalhados quando ouvem os japoneses pedir desculpas quando um agradecimento parece mais adequado. Os japoneses dizem "sumimasen (perdão/desculpe)" não só quando se sentem culpados. É uma expressão de mostrar amabilidade com outras pessoas. "Sumimasen" também funciona como um termo de equilíbrio na sociedade japonesa. Esta palavra facilita a relação humanitária; é por isso que os japoneses às vezes dizem "sumimasen" quando realmente não têm culpa de nada.
        Esta tendência pode provocar nos estrangeiros a impressão de que os japoneses sejam insinceros. De outra parte, é curioso que poucos japoneses dizem "sumimasen" quando se chocam levemente na rua. Até me parece que estão poupando o "sumimasen" para outras ocasiôes.




Apartamento ( Apaato )

        Se você pretende morar no Japão, verá que é muito difícil conseguir alugar um apartamento que seja conveniente quanto ao local, tamanho e preço de aluguel. Se você trabalha numa firma, procure que seu alojamento seja cedido pela empresa. Se não tiver essa facilidade, procure um apartamento com a ajuda de amigos ou colegas japoneses ou pessoas que conheçam bem este assunto. Devido a certos inconvenientes e mal-entedindos entre japoneses e estrangeiros, muitas imobiliárias, ou seja, o Fudoosan-ya, recusam a alugar apartamentos para estrangeiros.
        É aconselhável que você procure imobiliárias em companhias de um amigo japonês ou de seu Hoshoonin, o fiador . Você encontrará muitíssimas imobiliárias em todos os bairros: muitas delas ficam perto das estações de trem. Pode também consultar revistas especializadas em imóveis, mas infelizmente elas estão escritas em japonês. Quando você encontrar um apartamento a seu inteiro gosto, antes de mais nada examine bem o imóvel e verifique se tudo funciona perfeitamente (luz, água, gás).
       
        Na hora do contrato, você precisará de um fiador . Não deixe de examinar bem todas as cláusulas do contrato antes de assiná-lo. Normalmente, deve-se pagar o aluguel de um mês de garantia no valor de um a três meses de aluguel que é entregue para o Ooyasan, o proprietário do apartamento. Este depósito será devolvido no final do contrato quando você se retirar do apartamento em perfeito estado não havendo necessidade de fazer reparações de danos causados ou limpeza de monte.
        O Reikin, ou luvas, que se paga ao Ooyasan, corresponde a duas vezes o valor do aluguel , que não será devolvido. Além das luvas acima mencionadas, a imobiliária exige como comissão o valor de aluguel de um mês. A quantia do aluguel varia não só de acordo com a área, mas também pelo fato de Ter ou não banheiro. Geralmente o contrato de aluguel é válido por dois anos. Se você quer renovar o contrato, deverá pagar novamente o Reikin e terá o aumento no valor do aluguel.
        Se quiser anular o contrato, avise ao Ooyasan pelo menos com um mês de antecedência. Em vez de alugar apartamento, há também a possibilidade de morar numa pensão. No Japão, especialmente em grandes cidades, há várias casas com pensão individual (ou duas pessoas) que têm banheiro e cozinha comuns. Algumas delas são conhecidas como "Guest House", onde geralmente convivem só os estrangeiros. O valor do aluguel deste tipo nos jornais e revistas e, inglês, ou pode perguntar a algum amigo estrangeiro.



Seguro Saúde ( Kenkoo Hoken )

        Se você tem o visto permanente ou é residente no Japão por mais de um ano, é obrigatório possuir algum tipo de seguro de saúde. È aconselhável inscrever-se no seguro de saúde do governo japonês, que se chama kokumin kenkoo hoken. Se inscrever-se neste seguro de saúde, você pagará só 30% dos honorários da consulta médica.
Além disso, a carteira do kokumin kenkoo hoken serve como uma carteira de identidade. Todavia, se a empresa onde você trabalha inscrever o seu nome no Seguro Social, você não precisa possuir o kokumin kenkoo hoken. Embora a maior parte dos hospitais do Japão admita o kokumin kenkoo hoken, existem alguns que não o aceitam. Por isso, é preciso verificar de antemão se o hospital aonde você que ir admite ou não o kokumin kenkoo hoken. A contribuição menslal para o lokumin kenkoo hoken difere para cada pessoa, dependendo da sua renda anual.

Como se Registrar no Seguro Nacional de Saúde

        Para se registrar no Seguro Nacional de Saúde, vá à prefeitura da sua cidade e faça a solicitação. A carteira do Seguro Nacional de Saúde será expedida a todos os registrados (uma carteira para cada família). Com ela, todos os membros da família poderão receber assistência médica. Se você mudar de residência ou cancelar o Seguro de Saúde da companhia onde trabalha, faça a sua declaração na prefeitura onde está registrado o seu endereço. Faça a declaração na Prefeitura quando, por motivo de mudança ou por registrar-se no Seguro de Saúde da companhia, tiver de cancelar o Seguro Nacional de Saúde. No momento, não se esqueça de devolver a carteira.

Se o Bebê Nascer - Caderneta em pró da Saúde Mãe/Filho (boshi kenkoo techoo)

        Caso você engravide, dê entrada no pedido do boshi kenkoo techoo no Departamento de Habilitação e Moradia da Prefeitura. Com ele, você poderá registrar os acompanhamentos pré-natais e ainda tem o direito a 2 consultas gratuitas durante a gestação. Procedimento: (1) Trazer carimbo (inkan) : (2) Resultado do exame de gravidez expedido pelo Hospital.
Certidão de Nascimento: ( quando os pais são brasileiros) Trata o certificado de nascimento expedido pelo Hospital ao Departamento de Habilitação e Moradia da Prefeitura no prazo de 14 dias após o nascimento. As crianças que nascerem no Japão também precisam fazer a Carteira de Cadastramento de Estrangeiros no prazo de 60 dias após o nascimento. Caso esta criança permaneça mais de 60 dias no Japão, ela será considerada como estrangeira e necessitará de visto de permanência e passaporte para poder permanecer no país.



Ganbatte

Os japoneses usam muito a expressão, "ganbatte" (geralmente, significa "Ânimo!", com os desejos de que a pessoa consiga alcaçar um objetivo ou superar uma barreira, cuja realização exige o esforço dessa pessoa). "Ganbatte" é uma expressão usada para animar a pessoa. Mas, quando ela é dita rapidamente numa despedida de alguém, quer dizer "Tudo de bom".




Coleta de Lixo ( Gomi no shuushuu )

        No Japão, a coleta de lixo é um serviço público gratuito. Este serviço pode variar de acordo como a área, mas geralmente o lixo é recolhido nos dias fixos da semana. Os lixos são separados em dois tipos: Futsuu gomi ou moeru gomi, que é lixo comum ou lixo combustível como resíduos da cozinha, papéis, etc. Quase sempre são recolhidos duas vezes por semana. Bunbetsu gomi ou moenai gomi, que é lixo não combustível, como plástico, vidro, metal. São recolhidos uma vez por semana.
        Há ainda sodai gomi ou lixo volumoso, como móveis, aparelhos eletrônicos, etc. este tipo de lixo volumoso, como móveis, aparelhos eletrônicos, etc. Este tipo de lixo deve conservar-se em casa, pois o lixo volumoso somente será recolhido, marcando a data com a companhia de limpeza, e você deverá pagar uma taxa pela coleta. Procure separar bem os tipos de lixo, e respeite os dias de coleta de seu bairro. Aprenda a identificar os kanji dos dias da semana para saber quando depositar o lixo no dia e no local marcados.

Atenção
1- O lixo deve ser jogando no local e dia determinados.
2- Não jogar o lixo além dos dias determinados.
3- Não misturar os lixos inflamáveis com os não inflamáveis.
4- O lixo deve ser armazenado em sacos plásticos ou em caixotes, devidamente vedados, para que cães e gatos não os violem.



O Banheiro ( Yokushitsu to Toire )

        A banheira é quadrada e é menor do que a ocidental. A maneira de tomar banho é totalmente diferente. Primeiro, você tem que se lavar e se enxugar antes de entrar na banheira. Os japoneses gostam muito de tomar banho em água muito quente para se relaxar, geralmente de noite, antes de dormir. Se você mora só e seu banheiro tem uma unidade de gás anexo à banheira, pode esquentar a água como você quiser. Os japoneses usam a mesma água, portanto, quem toma o banho por último esvazia a banheira.
        Quanto ao vaso sanitário, no Japão há tanto o do tipo ocidental como o do tipo japonês. O estilo japonês é considerado por muita gente mais higiênico do que o ocidental, porque nenhuma parte do corpo tem contato com o vaso, mas note bem a maneira de usá-lo. Se você anda na rua, provavelmente encontrará com facilidade algum banheiro público, e alguns deles não oferecem papel higiênico. No Japão, o papel higiênico pode ser jogado dentro do vaso sanitário. Quando você for ao interior do país, encontrará muitos vasos sanitários que não tem água de descarga.
Depois de usar o banheiro, não se esqueça de fechar a porta, pois os japoneses preferem manter este lugar sempre fechado. No Japão é raro encontrar o bidê, mas, recentemente, passou-se a instalar o "Washlet" em suas próprias casas.
        O "washlet" funciona como bidê, mas não está separado do sanitário. Você torce o botão que está adaptado ao sanitário. Neste caso a água morna espicha. Apertando o outro botão, sai o vento para secar. Mas tenha cuidado de torcer o botão, conforme a indicação do uso do sanitário, isto é, enquanto ainda você está sentado. Pois, ao contrário, você correrá o perigo de se molhar e de inundar o chão.



Comer fora de Casa ( Gaishoku )

        No Japão você poderá encontrar qualquer variedade de comida de todo o mundo, como também restaurantes de comida japonesa a preços razoáveis. Muitos restaurantes oferecem comidas sortidas ou teishoku a preço mais baixo do normal na hora do almoço, quase sempre do meio dia até às 2 da tarde. Se você entra num restaurante e não pode ler o cardápio e portanto não sabe o que pedir, você pode apontar um dos modelos plásticos das comidas que geralmente há na entrada do restaurante.
        Alguns cardápios também têm fotografias dos pratos que servem no restaurante. Algumas empresas e oficinas têm seu próprio refeitório e oferecem comida muito mais econômica. O obentoo, ou lanche em caixinha, é uma maneira de economizar dinheiro e comer comida mais gostosa feita em casa. Também há lojas de comida rápida japonesa chamada bentooya que oferecem uma seleção de arroz, peixe, carne e verduras que você pode escolher e levar consigo numa caixinha. As pessoas que não têm tempo para sair da oficina e não trouxeram o próprio obentoo, encomendam a comida pelo telefone ou demae a algum restaurante que fique perto do lugar do trabalho. Também tem a opção de comer de pé, ou tachigui, nos restaurantes de massas japonesas soba e udon, e ou de massa chinesa lamen. Mas se você quer comer hambúrguer, ou frango frito ou assado, ao estilo norte-americano, encontrará muitíssimas destas lojas de comida rápida sem dificuldade.


Corpo Humano

[cabeça] - atama
[olho] - me
[ouvido] - mimi
[nariz] - hana
[boca] - kuchi
[garganta] - nodo
[pescoço] - kubi
[ombro] - kata
[costas] - senaka
[braço] - ude
[cotovelo] - hiji
[pulso] - tekubi
[mão] - te
[dedo] - yubi
[barriga/abdômen] - hara
[nádega] - oshiri
[coxa] - momo
[joelho] - hiza
[pé/perna] - ashi
[coração] - shinzoo
[pulmão] - hai
[estômago] - i
[fígado] - kanzoo
[intestino] - choo



Elogios

        Os elogios formam uma parte muito importante na integração social, entre os japoneses, para manter a harmonia nas relações humanas. Portanto, os japoneses elogiam os colegas, as esposas elogiam as vizinhas e a seus esposos, filhos, etc. Às vezes, estes elogios estão baseados em fatos verdadeiros. Mas muitas vezes podem ser tomados como uma bajulação, com palavras puramente lisonjeiras. Nas relações com os estrangeiros, o que acontece com muita freqüência é que, ainda que eles não saibam quase nada de japonês, são elogiados ao dizer uma frase. É o exemplo mais típico de vida japonesa baseada no Tatemae e no Honne. Tatemae, ou fachada, quer dizer o que é dito, e o Honne, ou sinceridade, é o que na verdade se pretende fazer ou se pensa.
        O Tatemae, muitas vezes, pode parecer um tipo de hipocrisia ou atitude falsa, sobretudo para as pessoas que estão acostumadas à franqueza, mas é uma das técnicas de negociação que os japoneses usam com freqüência. Por isso, um bom negociador tem de adivinhar o que quer dizer a pessoa, segundo a sua maneira de falar, o seu tom de voz, e a situação. O Honne, que é o verdadeiro sentimento da pessoa, só será revelado de uma maneira informal e privada.




Aprendendo ( Oshie te morau )

        Para que você possa viver no Japão, terá de aprender alguns costumes e algumas espressões necessárias para a convivência. Há um provérbio japonês que diz "Andando, se aprende o trabalho". Isto quer dizer que aprende-se mais pela própria experiência do que pelos ensinamentos de outrem. Se você não souber o nome de algum objetos que está ao seu redor e quiser sabê-lo, naõ hesite em perguntar com a frase, "Como se chama isto?".
        O seu amigo japonês lhe ensinará com todo o prazer. E tente pôr logo em prática o japonês que acabou de aprender. Por exemplo, quando for fazer compras, em vez de dizer, "Por favor, me dê 2 destas", diga " Por favor, me dê 2 destas maçãs" que dará uma melhor impressão ao vendedor que está lhe atendendo. Geralmente, os japoneses são mais simpáticos com estrangeiros que falam japonês. Não se esqueça de que, à sua volta, há muitos japoneses que, sabendo que você deseja aprender japonês, lhe ensinarão com toda a atenção, que às vezes chega a ser até exagerada.



Escola Primária e Média do Japão ( Nihon no shoogakko- chuugakko )

        O sistema educativo do Japão é composto pelas escola primária (e anos, de 6 a 11 anos), escola média (3 anos, de 12 a 14 anos) e escola secundária (3 anos, de 15 a 17 anos). A idade com que se entra na escola primária é igual à do Brasil, mas a idade com que se forma na escola secundária é um ano a mais que no Brasil. O ensino obrigatório é de 9 anos e não há 2º ou 3º turno como no Brasil. Tanto na escola primária como na secundária é normal Ter aulas de manhã até a tarde. No Japão todas as crianças entram na escola primária. Há aulas todos os dias, de Segunda-feira a Sábado. Cada aula é de 45 minutos, como no Brasil.
        A diferença que existe é que há 4 aulas pela manhã, sendo que uma aula e outra tem um pequeno intervalo, 3 no total. Mas é proibido comer durante esse tempo. O número de aulas que são dadas pela tarde variam conforme o dia da semana, embora o normal seria de 2 a 3 aulas. No almoço, a refeição é servida a todos os alunos, de maneira que todos almocem na escola. O tempo de refeição é de apenas 4a minutos, mais ou menos. As matérias estudadas são: Lingua Nacional (japonês), matemática, ciência, estudos sociais (geografia, história, educação cívica), música, artes plásticas, atividades do lar, educação física, educação moral e atividades especiais. Não há aulas de religião. Para cada nível definido de horas . Para cada nível escolar, existe um número definido de horas de aula, estabelecido pelo governo.





Feriados Nacionais do Japão ( Nippon no saijitsu )


1º de janeiro
Ano Novo
15 de janeiro
Dia da Maioridade
11 de fevereiro
Dia da Fundação Nacional
Por volta de 21 de março
Dia do Equinócio de Primavera
29 de abril
Dia do Verde
3 de maio
 Dia da Constituição
5 de maio
Dia das Crianças
15 de setembro
Dia de Veneração aos Anciãos
Por volta de 23 de setembro
Dia do Equinócio de Outono
10 de outubro
Dia de Educação Física
3 de novembro
Dia da Cultura
23 de novembro
Dia de Ação de Graças (aos trabalhadores)
23 de dezembro
Aniversário do Imperador

         Você já deve ter percebido que os japoneses têm férias curtas. As férias de verão são geralmente nos meados de agosto e as de inverno são dos fins do ano aos primeiros dias do ano novo. As férias de verão também se chamam "O-bom". Baseiam-se na mentalidade budista, a época em que os espíritos de mortos voltam à casa deles. As férias de inverno são para comemorar o ano novo, e não para festejar o Natal. Os japoneses acham o ano novo muito importante e para eles o ano novo são os primeiros três dias. A maioria das lojas fecham nesses três dias. Por conseqüência, estas duas férias são para se passar com os familiares, na sua terra natal. No entanto, multidão de gente move-se, seja de carro, seja de trem ou seja de avião, para todos os lados do Japão, e até para o estrangeiro.
       
        Além das férias mencionadas, há uma semana de folga, que se chama "Golden Week ", ou seja, a semana de ouro. Começa do dia 29 de abril e acaba no dia 5 ou 6 de maio. Nesta semana há 4 feriados oficiais. 29 de abril, que era o dia de aniversário do ex-Imperador Hirohito, e se tornou como "Dia Verde " depois dele ter falecido. 3 de maio é o "Dia da Constituição", 4 de maio "Feriado enforcado" e 5, "Dia das Crianças". Embora no Japão 1º de maio não seja feriado nacional, muitas companhias descansam para comemorar o dia dos trabalhadores. Aí, muitas pessoas aproveitam para tirar férias de 29 de abril a 5 ou 6 de maio. No japão, se um feriado calhar num Domingo, é transferido para a Segunda-feira. Assim, se 5 de maio for Domingo, a semana de ouro desse ano se prolonga até o dia 6.



Clima do Japão ( Nippon no kikoo )

        Não há muita diferença de temperatura entre as regiões, como no Brasil. E também não há cidades como São Paulo, onde se pode passar bem o ano inteiro, sem sofrer grandes variações climáticas. No Japão, o clima classifica-se, mais ou menos, em 4 estações. O arquipélago do Japão encontra-se no hemisfério norte. Apesar das pequenas diferenças de temperatura encontradas em Hokkaido, situado ao norte, a Kyushu, situado ao sul, em todas as regiões presenciam-se as quatro estações do ano.

Primavera (Haru)
abril a maio É a estação das flores com uma temperatura moderada.
Não precisará mais das jaquetas e dos casacões.
Verão (Natsu)
junho a agosto Muito calor, depois da estação de chuvas. Temporada com jeans e camiseta.
Outono (Aki)
setembro a novembro O tufão já terá passado, e o clima estará mais fresco. Precisará de algo mais que uma camiseta.
Inverno (Fuyu)
dezembro a março É a estação mais fria do ano. Neva também. Terá de se agasalhar bem para se proteger do frio.