quinta-feira, 24 de junho de 2010

Feng Shui - harmonização de ambientes

O conceito do Feng Shui (do chinês vento e água) é milenar e tem por objetivo harmonizar a energia vital das pessoas e dos ambientes. Para isso, a decoração de casas, escritórios e vários outros lugares pode ser feita de maneira a favorecer a circulação do ch’i, ou seja, da energia vital. Por isso o nome Feng Shui: a energia que flui como o vento e corre como a água.
De acordo com os preceitos do Feng Shui, a posição da mobília e as cores usadas nas paredes e nos objetos podem contribuir para dar novos ares a sua casa, diminuindo, por exemplo, os níveis de estresse da sua família. Para tanto, é necessário prestar atenção para realizar mudanças visando ao equilíbrio de cada ambiente de seu imóvel. “É necessário considerar o aspecto ou a área da vida na qual a pessoa está com mais dificuldades, este deve ser o ponto de partida para a análise segundo o Feng Shui”, explica a consultora Tina Simão. “A intenção é curar, melhorar aquilo que está mais visível ou mais difícil primeiro”.
Escolas
Como auxílio nessa tarefa, os chineses criaram uma espécie de mapa chamado Ba-guá (veja ao lado), em formato octogonal, no qual cada uma das oito casas corresponde às áreas do Trabalho, dos Relacionamentos, da Espiritualidade, do Sucesso, dos Amigos, da Prosperidade, da Criatividade e da Família; o centro corresponde ao yin/yang e também à saúde da casa e dos moradores. “Trata-se de um mapa usado na Escola de Feng Shui do Chapéu Negro, a mais conhecida e divulgada, também chamada de Escola Intuitiva”, esclarece Tina. O mapa é utilizado como uma espécie de bússola, que norteia os limites da casa de acordo com as oito áreas abordadas.
Segundo Tina Simão, decorar uma casa seguindo os preceitos do Feng Shui pode refletir bons resultados não só em termos estéticos, como também na harmonia do ambiente e no bem-estar de seus moradores. “A harmonização das áreas mais afetadas e, mais tarde, de todo o ambiente resulta na mudança de energia geral, na saúde dos moradores e no aumento da prosperidade e das oportunidades de trabalho e negócios”, revela Tina Simão. Pode-se usar o Feng Shui para buscar uma melhora específica pela decoração e a harmonização dos ambientes.
Opções econômicas

Na cozinha, o verde das plantas associa-se ao
uso da madeira na mesa e no chão
Entretanto, em tempos de dinheiro curto, é preciso ser ponderado na hora de abrir a carteira. A consultora explica que é possível trabalhar com conceitos do Feng Shui em casa, mesmo não dispondo de muito dinheiro para gastar e, o melhor, de forma simples. “Não há necessidade de fazer grandes compras ou jogar todos os móveis fora; na maioria das vezes, a mudança de posição de objetos, plantas e móveis de lugar já proporciona a harmonização”, ensina. A escritora e consultora de Feng Shui Helen Spalter também dá dicas para a organização de ambientes: “Casa limpa é mente limpa. É preciso livrar-se de objetos quebrados, elementos não mais utilizados, cuidar de vazamentos, entupimentos e infiltrações, problemas que geram perdas financeiras”.
Outro ponto fundamental a ser analisado no momento da decoração são as cores. De acordo com o Feng Shui, as cores frias são boas para quartos e locais de relaxamento e oração; as cores quentes são reservadas para os ambientes mais sociais. “Para os quartos de dormir, as melhores cores são o verde e o azul, podendo-se colocar algum detalhe vermelho no quarto do casal para incentivar o romance. Em salas de visitas e de jantar, é preferível o uso de cores quentes, como o amarelo, o laranja e o vermelho. Escritórios ou áreas de estudo pedem a cor amarela, que ativa a mente”, exemplifica Tina Simão.
Os elementos de decoração caseira estão, de alguma forma, ligados aos cinco elementos destacados pelo Feng Shui: a madeira, o metal, a água, a terra e o fogo. “O ideal é a busca de proporção na utilização dos cinco elementos”, pondera Helen Spalter. “A madeira está relacionada à cor verde, às plantas e aos elementos cilíndricos; o metal, aos objetos ovalados, à cor branca, ao aço e ao inox; a água, ao vidro, ao espelho, às fontes de água e ao preto; a terra, aos elementos quadrados e à cor amarela; e o fogo, às velas, ao triângulo e à cor vermelha”, finaliza.

Serviço:
Tina Simão
, consultora especialista em Feng Shui, Reiki, Cromoterapia e Aromaterapia - Tel.: (11) 4238-8619
Helen Spalter, escritora e consultora de Feng Shui – Tel.: (11) 5055-0249

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Saquê


O que há de tão especial na bebida alcoólica obtida com a fermentação do arroz, que comparativamente ganha de longe até mesmo do vinho, no quesito tradição? Essa e outras perguntas já devem ter passado na cabeça de muita gente quando se ouve falar na milenar bebida japonesa: o saquê.
Famosa por estrelar diversos filmes ao lado celebridades de Holywood, como no recente “ O Último Samurai”, a bebida um dia já foi considerada alimento. Em meados do século V a.C., no período Nara, os produtores não conheciam técnicas apuradas de fermentação, e o saquê era feito com pouco álcool e água, em uma combinação que mais lembrava uma porção de mingau do que outra coisa... Nessa época, “comia-se” o saquê de hachi, direto de uma tigela. Na verdade, tudo era o resultado de uma receita com pormenores um tanto repulsivos: mascava-se o arroz para fermentá-lo com a saliva e depois cuspia-se em tachos para só então iniciar o preparo da bebida. Esse método era chamado de “Kuchikami no sake”, ou saquê mastigado na boca. Já na província de Hokkaido e em áreas rurais de Okinawa, os fãs da bebida encontraram outras maneiras de “purificar” esse processo, determinando que apenas as jovens mulheres virgens poderiam mastigar o arroz, pois elas eram consideradas representantes dos deuses aqui na terra. Logo não demorou, e a bebida produzida por elas foi batizada de “bijinshu”, saquê de mulher bonita. E por incrível que pareça, essa prática sobreviveu até poucos séculos, mesmo após a adoção de técnicas mais modernas de fermentação.
Diz a lenda que a fermentação da bebida foi descoberta por acaso: “Certo dia, um cidadão desleixado esqueceu de tampar um tacho de arroz que cozinhará e o arroz acabou mofando. E como ele era realmente desleixado, também o esqueceu de jogar fora e só depois de alguns dias “notou” que havia ocorrido uma fermentação e o arroz então, transformara-se em uma deliciosa bebida, na verdade mais pastosa do que líquida. A total falta de cuidado do cidadão, acabou se transformando então, em um método e os produtores descobriram que o fungo que mofara o arroz era o responsável pela transformação do amido em glicose e fermento. Logo, o fungo ganhou nome “kamutachi” e não demorou muito para que os produtores divulgassem que a bebida era “produzida pelos deuses”.
Até o século passado, o saquê ainda era produzido artesanalmente, onde o arroz era primeiro lavado e depois colocado em tinas (vasos gigantes) para cozinhar. E após esta etapa de fermentação, a pasta resultante era ralada e só então, misturada manualmente até chegar ao produto final. No entanto, atualmente os grandes fabricantes japoneses ainda utilizam métodos que lembram esse antigo processo. E hoje, o saquê é feito em grande escala industrial e não há mais vestígios do romantismo do passado. Pelas leis do país, a produção caseira da bebida é proibida.
E como os tempos mudam, o “kamutachi” também mudou de nome e hoje é conhecido como “koji”. E é ele quem determina o aroma e o gosto do saquê, uma difícil tarefa para os “tojis”, pois eles que escolhem o fungo que garantirá um sabor ainda mais especial à bebida. O que permanece inabalável, no entanto, é a popularidade do ritual.
Beber saquê é um ritual no país, e existem várias razões pelas quais a bebida é apreciada, que vão muito além do paladar, sede ou disposição para encher a cara. Segundo a tradição, bebe-se saquê para eliminar as preocupações e prolongar a vida, e isto por si só, vale qualquer dose a mais. Pega até mal chamar de bêbado quem toma saquê de forma exagerada e sai cambaleando de madrugada pelas ruas das cidades japonesas. Inebriado talvez fosse a designação correta, uma vez que os efeitos da bebida transformam seus apreciadores em cantores, galanteadores e seresteiros ao luar nas noites nipônicas.
No Japão, costumam-se dizer que o saquê é o melhor companheiro na solidão. Só não se pode toma-lo em qualquer copo ou em qualquer ocasião. Bebe-se em grandes comemorações como no Ano Novo e nas cerimônias xintoístas de casamento, em encontros românticos e também na falta de um pretexto feliz ou dor de cotovelo.
Na maioria das ocasiões, o saquê é servido quente em uma temperatura que varia entre 40º e 55º C. Mas ele também pode ser tomado gelado ou misturado a outras bebidas e sucos, originando coquetéis muito interessantes. A maneira mais tradicional de servi-lo é em xícaras quadradas de madeira, chamadas “masu”, que conferem à bebida um suave sabor amadeirado. Nesse caso, sempre é servido frio com temperatura variando entre 20º e 40º C, uma vez que o saquê quente absorveria o gosto da madeira. Em muitos lugares, sugerem-se ainda que coloquem uma pitada de sal no canto do masu, um certo estilo adotado pelos jovens.
Rituais à parte, os efeitos “inebriantes” do saquê vão muito além das histórias fantásticas da antiguidade. O saquê é a bebida com mais alta porcentagem de álcool entre os fermentados do mundo. Sem ser diluído, chega a marca de 20% de teor alcoólico, enquanto uma cerveja não passa de 5% e o vinho de 12%. Mesmo assim, com menos álcool, ambos estão ganhando a queda-de-braço com o saquê no mercado japonês. Em 1872, quando a bebida era um dos principais produtos da economia do país, havia 30 mil fabricantes, hoje o numero não chega a 10% do total. São cerca de 2.300 produtores que fabricam anualmente, pouco menos que um bilhão de litros de saquê. O que não quer dizer que a bebida está em declínio, pelo contrário, alguns tipos de saquê atingem cifras absurdas, ganhando o status de bebida, como o saquê produzido na província de Hyogo, considerado o melhor do país. Uma simples garrafa pode custar até 300 mil ienes. E mesmo que a cerveja e o vinho continuem roubando espaço do saquê no Japão, uma coisa é certa: ele está na lista dos principais persongens da história do país e os japoneses não o deixaram de beber, pelo menos em comemoração a isso. E como beber saquê no Japão, é um ritual milenar e os excessos são jusificados por milhares de anos de história, o modo mais simples de se desculpar por qualquer estrago provocado em uma noite de bebedeira no Japão, é dizendo “Eu estava bebendo saquê...”. e o perdão é praticamente certo, seja qual for o dano causado.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Lamen


  Lamen Depoimento de um brasileiro que vive no Japão.


Quando se fala em lamen, já vem aquela imagem de macarrão instantâneo para os brasileiros. O lamen é na verdade chinês, mas muito apreciado aqui no Japão, tanto que uma das coisas que mais tem no mercado é o macarrão instantâneo, com uma seção separada só para isso. Todos os tamanhos, tipos e preços. Tem uns com legumes, ovo e até carne. Mas o Lamen de verdade aqui do Japão é muito gostoso. O restaurante de lamen se cham Lamen-ya e serve vários tipos de lamen. Em alguns deles o macarrão é caseiro e pode até se sentar no chão para comer naquelas mesas baixas, bem ao estilo Japonês. Os caldos mais comuns são os de Missô, Shoyu e Tonkotsu Soup que é uma sopa de carne de porco muito gostosa. Pode vir acompanhada de vários tipos de carne de porco e vegetais estranhos. E por incrível que pareça, fiquei com vontade de comer o tal do lamen por causa de um anime muito famoso aqui no Japão de nome Naruto. Ele curte um lamen e em diversos capítulos bate um lamen no final das missões. Mas isso já é um outro assunto.